A PERGUNTA
(NELSON PASCARELLI FILHO)
A minha sombra me fez uma pergunta e eu não tinha resposta alguma. Do alto de minha intectualidade vi-me estreito diante de minha Sombra. Não era uma questão difícil, mas a surpresa, o impacto de ser indagado pela própria sombra, engessou a Razão. Estava sóbrio. Sempre estive por demais lúcido, desde que venci as masmorras uterinas, sempre plácido vivi. Tomei todas as vacinas e não tenho Herpes. Gosto de boleros, ouço Los Panchos. Nunca paguei juros, sou pontual e li Florbela Espanca com emoção, lágrimas e desejos. Por que emudeci diante de minha sombra? Por quê? A Colite reclama sua porção: sou o que meus intestinos sugam dos seres que desconhecem a Metafísica. Profundas raízes vicerais e hepáticas eliciam o querer que me não pertence. Por que devo levar tudo tão a sério? Era apenas a Sombra reclamando a medida que está acostumada.Mas eu não tinha resposta para uma pergunta tão simples: Emudeci e abaixei a cabeça. Pedi desculpas, eu sempre peço desculpas. Que dia é hoje? Dia de Queimar Livros. Que dia é hoje?Dia de Emudecer Diante da Própria Sombra!Como pude fazer isto diante de mim mesmo?Não sei!
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