Transtornos Alimentares: uma visão nutricional
(Philippi; T. S; Alvarenga; M;)
ANOREXIA NERVOSA:
• Recusa em manter o mínimo de peso corporal normal; Intenso medo de ganhar peso; Imagem corporal distorcida; Amenorréia; Restrição voluntária do consumo; Perda de pelo menos 25% do peso; Ocorre mais nas faixas etárias entre 10 a 19 anos; Antes da puberdade pode haver retardo da menarca; Pode ocorrer depressão; Causa multifatorial; Introvertidos, obsessivos, perfeccionistas, se sentem ineficientes, baixa-estima; problemas familiares; Caquexia, pré-púbere, lanugem, cabelo sem brilho e quebradiço, cianose nas extremidades, pele seca ( amarelada), bradicardia, hipotensão, resposta cardiovascular alterada para o exercício, hipotermia, ?massa cardíaca (pode haver morte por insuficiência cardíaca), alterações gastrintestinais (retardo do esvaziamento gástrico, ? motilidade intestinal, constipação, sensação prolongada de plenitude, empachamento), 50% dos anoréxicos apresentam hipoplasia da medula óssea resultando em leucopenia, anemia e as vezes trombocitopenia, osteopenia com compressão das vértebras e fraturas, redução do estrogênio, aumento dos níveis de glicocorticóides, crianças e adolescentes desenvolvem complicações clínicas que afetam o crescimento e o desenvolvimento; Maior risco em parentes de 1ºgrau de indivíduos com este distúrbio e maior probabilidade em gêmeos; O tratamento é realizado por equipe multiprofissional, e pode ser feito em hospital ou unidade psiquiátrica, programa de hospital dia ou ambulatório, devendo ser a reabilitação nutricional o primeiro objetivo; Apesar da caquexia, os mecanismos compensatórios são extraordinários e anormalidades laboratoriais podem não se apresentar até que a doença atinja níveis elevados; Geralmente apresentam albumina normal; Apresentam colesterol sanguíneo elevado ( não justifica uma dieta pobre em gordura); A glicemia tende a ser baixa devido ao déficit de precursores para gliconeogênese e produção de glicose; A produção de hormônio da tireóide tende a ser normal, mas a desiodação periférica da tireoxina favorece a formação da triiodotironina reduzida (rT3), de mais baixa atividade metabólica que a T3 (síndrome da baixa T3 comum na anorexia nervosa); Apesar da deficiência dietética, é rara a carência vitamínica nestes pacientes; Deficiência de ferro é incomum; A deficiência de Zn tem sido documentada na anorexia e na bulemia; Muitos pacientes com anorexia e bulemia tem redução da taxa metabólica;
CUIDADO NUTRICIONAL:
• Fator injúria: 1,3; Iniciar com 1200 a 1400cal/d e evoluir de 100 a 200cal até atingir a prescrição (média de 3000cal/d); Proteínas: 15 a 20% do VCT; Carboidratos: 50 a 55% do VCT (atenção para o consumo de fibras insolúveis); Lipídios: 25 a 30% (atenção para os ácidos graxos essenciais); Micronutrientes: 100% a RDA; Atenção para o consumo de alimentos ricos em cálcio; Líquidos: 0,8 a 1,2ml/cal; Taxa de ganho de peso médio é de 4,5 a 6,5kg/semana para pacientes internados e de 2,2kg para pacientes ambulatoriais; Fatores que afetam o ganho de peso na anorexia nervosa: equilíbrio hídrico (poliúria observada no jejum), edema, taxa metabólica, gasto de energia com o tecido ganho, obesidade prévia, exercício físico; Adotar TN para pacientes com peso ?40% do normal;
BULEMIA NERVOSA:
• Freqüentes episódios de consumo compulsivo obsessivo de alimentos, seguido de 1 ou mais métodos compensatórios (indução do vômito, uso de laxativos, uso de diuréticos, jejum prolongado ou exercício exagerado); A compulsão ocorre usualmente em um período inferior a 2 horas, seguido de sensação de perda de controle; O comportamento compensatório mais comum é a auto-indução do vômito (80 a 90% dos casos); O xarope de ípeca é comumente usado para provocar o vômito, porém é perigoso porque pode provocar doença cardiovascular, miocardiopatia e morte súbita; Cerca de 1/3 dos pacientes refere abuso de laxativos e enemas; Sintomas depressivos e alterações de humor são observados, podendo ocorrer antes do aparecimento do quadro bulímico;Um critério diagnóstico é o consumo compulsivo obsessivo de alimentos a atitudes compensatórias pelo menos 2X/semana durante os últimos 3 meses; Os sinais clínicos são observados com maior dificuldade, visto que o paciente usualmente tem peso normal ou um pouco acima e são discretos; Episódios de vômitos podem deixar evidências como: marcas no dorso da mão (sinal de Russel), glândula parótida aumentada, erosão dental; Hábito crônico de provocar vômitos acarreta: desidratação, alcalose, hipocalemia. As manifestações clínicas incluem: feridas na garganta, esofagite, discreta hematêmese, dores abdominais, hemorragia subconjuntival. Dentre as conseqüências estão: fissura esofágica (síndrome de Mallory Weis); Abuso de laxativos pode levar à desidratação, elevação dos níveis de aldosterona e vasopressina, sangramento retal, atonia intestinal e câimbras abdominais; Abuso de diuréticos pode levar à desidratação e hipocalemia; Arritmia cardíaca; Valores calóricos ingeridos por bulímicos variam de 1200cal a 11500cal nas crises; Acreditam que podem identificar alimentos que desencadeam crises; Podem apresentar taxa metabólica abaixo do normal; São hospitalizados com menor freqüência e quando são, é por menor período de tempo;
CUIDADO NUTRICIONAL:
• Se houver suspeita de hipometabolismo a prescrição calórica inicial deve ficar entre 1200 a 1500cal/d; Prescrição calórica deve ser apropriada para manutenção do peso normal, geralmente iniciando com 1200 a 1500cal/d; Fator injúria é de 1,2 a 1,3; Proteína: 15 a 10% do VCT; Carboidrato: 50 a 55% do VCT; Lipídios: 25 a 30% do VCT; Micronutrientes: 100% da RDA;
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