Resenha do livro "A queda dum anjo", de Camilo Castelo Branco
(Viviane Santana Santos do Carmo.)
Resenha do livro “A queda dum Anjo”.
Camilo Castelo Branco
A sátira camiliana, A queda dum anjo, romance do período romântico em Portugal, é revestido de aspectos relevantes de criticas à sociedade, para a igreja e vários segmentos da sociedade assim como costumes já empregados ao contexto popular.
O livro narra, como todo bom romance, a situação amorosa de casais, mas acrescida de embaraçosos momentos políticos, que durante o decorrer da narrativa apresenta-se por meio de turbulências e confusões nas relações.
As figuras principais de Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda são homens oriundos de uma sociedade cheia de tabus e convenções voltadas para a formação de uma família, casamentos, pois tem uma igreja preocupada com os seus princípios. Por ser um romance de tessitura irônica, por muitas vezes nos defrontamos diante de momentos de afronta as tais aspectos mencionados vividos por personagens.
O personagem Calisto, em especifico, tem em si, no inicio do texto, esse homem envolvido por essa sociedade moralista, como é verificado no fragmento abaixo:
“Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda queria que se venerasse o passado, a moral antiga como o monumento antigo, as leis de João das Regras e Martim de Ocem,
como o mosteiro da batalha, as Ordenações Manuelinas como Convento dos Jeronimos”
(A queda dum Anjo, pag. 05)
Todavia, esse homem, um legitimo arcaico homem, poderia ser posto à prova para que assumisse posições de status elevado no momento, como podemos visualizar em:
“Em suma, Calisto era legitimista quieto, calado, e incapaz de empecer a roda do progresso, contanto que o progresso não lhe entrasse em casa, nem o quisesse levar consigo.
Prova cabal de sua tolerância foi ele aceitar em 1840 a presidência municipal de Miranda. (...)”
(A queda dum Anjo, pag. 05)
Essa mudança do personagem desmistifica aquele homem sempre pacato, que no fundo tinha essa elevação dom seu ego, e bastava um auxilio e o poder lhe ostentava como novo ser. Por muitas falas deste home, agora político, é perceptível a mudança, a entonação e o modo de comunicação; demonstra um novo homem, ainda que simples cheio de inovações.
O anjo se torna uma estrela, estrela parlamentar, como sugere o próprio autor em um dos seus capítulos, seu brilho inova o parlamento, sua figura ganha responsabilidade. O homem anjo se vê tentado e as situações conflituosas de romance, cenas que aparece com grande valia e “sentimentologia” aflorada.
Em momentos da obra, o romancista Camilo Castelo Branco, revela personagens trapaceiros, como Vasco da Cunha que “enrola” Adelaide, que parece enganar o Calisto com suas gentilezas. Há ainda as seduções, como por parte de Lopo de Gamboa para com sua prima Teodora, uma mulher descrita como feia e ignorante, contrapondo-se a personagem Adelaide. Calisto o figurão do romance, nesse contexto de perdas e ganhas amorosas, roubos e desconfianças do amor, recebe visita de uma mulher, sua prima, brasileira, “fugitiva”, a qual ele se une e afina relações, aproximando-se cada vez mais da idéia da queda dum anjo para a simplicidade de um homem, fazendo com críticos explicitem inquietações a respeito da moralidade do conto, rendendo a romancistas discussões de que se o anjo não seria mais feliz do que o homem.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRANCO. Camilo Castelo, A queda dum Anjo. Coleção Clássicos da Literatura Portuguesa. Biblioteca Digital. Porto Editora
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