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Quanto Vale ou é por Quilo?
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  O filme faz uma comparação entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da miséria pelo marketing social que formam uma solidariedade de fachada, e revela as contradiçoes de uma país em permanente crise de valores, levando as pessoas que o assistem a perceber com lucidez o que já aconteceu e está acontecendo no mundo e dentro de si mesmo(imaginação sociológica).
No filme também  são utilizadas as crônicas de Nireu Cavalcanti, do final do século XVIII, extraídas do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro.
O diretor Sérgio Bianchi, aborda dois recortes temporais: -De um lado, o século XVIII, com a escravidão, o comércio de escravos em grande expansão do varejo ao atacado. Do outro lado, os tempos atuais, com a exclusão social e a miséria, que se tornam um novo comércio, comércio este composto por empresas chamadas ONGS, transformando os problemas sociais em verdadeiras oportunidades de negócios. Nesse novo comércio, o capital é formado pelo dinheiro público e o produto a ser negóciado, como nos tempos anteriores, gente. O filme traz à tona a permanência na atualidade de nosso passado escravista, deixando clara a impossibilidade de olhar o presente sem levar esse passado em conta, assim como as persistentes desigualdades econômicas, sociais e de direitos no país nos levando a uma transavaliação de valores.
Misturando as duas épocas com a repetição de alguns atores em situações semelhantes, o roteiro mostra dois desfechos para o filme, criando uma duplicação de possibilidades que surpreende o expectador. Bianchi parece nos dizer que é impossível ficar diante ou atento a essa realidade de disparidades sem o choque ou o constrangimento, e que talvez essas sensações sejam de alguma forma produtivas para tirar algumas pessoas de um mundo mágico, recheado de slogans em prol da solidariedade e da responsabilidade social, levando-as a uma visão autoconsciente. A crítica  de Bianchi recai, portanto, sobre aquilo que muitos têm entendido como solução ou alternativa para os dilemas inerentes ao capitalismo – as ONGs.
 
Quanto Vale Ou É Por Quilo?”não questiona apenas a falência das instituições no país atual. Seu discurso  coloca o antigo comércio de escravos e a exploração da miséria pelo marketing social como imagens separadas que se articulam em uma montagem para dizer que o que vale é o lucro, não importando se esse é obtido com a venda de um escravo ou através de projetos sociais com orçamento superfaturados. São colocados à vista as grandes mazelas e contradições de um país em constante crise de valores morais. A sociedade é vislumbrada na óptica mercadológica. O trabalho de inclusão social praticado pela iniciativa privada é duramente criticado, pois o fim que tal iniciativa, aparentemente, visa sanar, a saber, a igualdade social, é barrada pela própria lógica estrutural do sistema. O mercado opera com a pobreza e a exclusão. A grande questão é que apesar de fazermos parte de um país”democrático”, o sistema do consumo é o que prevalece, a  “inércia social” está no filme retratando que a história brasileira não muda, ela está estática, barrada, bloqueada de transformação.



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