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Por NOVOS PARADIGMAS DE PRODUÇÃO E CONSUMO
(Leandro Pereira Morais; Adriano Borges Ferreira Costa)

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Título:  POR NOVOS PARADIGMAS DE PRODUÇÃO E CONSUMO
Autores: Leandro Pereira Morais[1] e Adriano Borges Ferreira Costa[2]
Publicação: Le Monde Diplomatique Brasil,  novembro 2009
Os autores abrem o artigo contextualizando a nova era de capitalismo no mundo (século XIX), num ciclo marcado pelo motor a combustão. O novo padrão de produção e consumo, com base em novos sistemas de produção e comercialização: o automóvel, a eletricidade e os avanços na indústria de bens de consumo duráveis.
No Brasil estas mudanças ocorrem na década de 50 – industrialização pesada no governo JK.
Industrialização acelerada, urbanização rápida e oportunidades de investimento e geração de emprego e renda vêm acompanhadas pelo êxodo rural em busca de novas oportunidades, pelo aumento da desigualdade e concentração de renda, aumentando a pobreza e a miséria urbanas.
O padrão de consumo passa a exigir cada vez mais um nível de renda alto, típico das sociedades mais industrializadas. A partir dos anos 80, com a queda da atividade econômica (crise) e altos níveis de inflação o cenário brasileiro apontava este momento como “década perdida”.
Nos anos 90, com a implantação de nova política de desenvolvimento, baseada no Consenso de Washington as principais características passaram a ser a liberalização do comércio e de capitais, com privatização e desregulamentação.
As fortes desigualdades econômicas, o aumento expressivo do desemprego e da a informalidade, a precarização e a desestruturação do mercado de trabalho nacional.
Este cenário gerou estratégias de resistência por parte de pequenos produtores e de trabalhadores avulsos, abrindo espaço para práticas alternativas que conhecemos por Economia Social ou Solidária e pelas ações de desenvolvimento local.
A análise dos desdobramentos da recente crise econômica mundial leva-nos a perceber que a superação da crise financeira mantém a mesma lógica especulativa. Inclusão Social e Sustentabilidade não foram enfrentadas, o que permite antever que novas crises se seguirão.
Este é o cenário que exige a discussão de novos padrões de produção e consumo para que seja feita a transição para um novo modelo de desenvolvimento sustentável.
Os autores apontam que há elementos que apontam para os novos paradigmas: a agenda ambiental: mudança da matriz energética, as práticas agroecológicas no campo, o padrão de mobilidade urbana e o uso racional da água passam a ser temas amplamente discutidos hoje e no futuro. Até hoje, o bem-estar e a felicidade tem estado subordinados à busca de acumulação de capital e o PIB já se revela medida insuficiente para mensurar a qualidade de vida. Há que se pensar em crescimento econômico com redução da pobreza e inclusão social. Um terceiro ponto é  atuação em redes colaborativas tem sido apresentada como solução para muitos pequenos empreendimentos, sendo uma tendência a ser considerada quando se discutem novos paradigmas de produção e consumo voltados para a governança participativa, reforçando a centralidade da atuação da cidadania e suas representações coletivas e as potencialidades do território. Um outro aspecto diz respeito a uma tímida mudança no papel dos atores. Consumo responsável, ético, consciente, investimento social e cidadania corporativa indicam um novo agir econômico pautado por uma corresponsabilidade que transborda a esfera da produção e do consumo: os indivíduos passam a se responsabilizar pelos problema e desafios do nosso mundo e na construção da realidade existente.Um elemento absolutamente central é a governança democrática: a solução dos impasses passa pelo reconhecimento da existência de novos atores sociais e políticos, pela socialização do poder, pela descentralização das estruturas de gestão e pela radicalização da democracia. Uma atividade que precisa ser descartada é aquela que constrói processos de intermediação: a comercialização direta produtor/consumidor e o acesso a bancos comunitários podem gerar condições mais justas, e é isto que se busca ao construir condições sistêmicas. O espaço de construção da vida, da cultura, da política e das relações econômicas é o local: precisa-se pensar numa mudança da cultura do desenvolvimento para que a comunidade e os atores locais deixem de ser passivos e passem a ser construtores de sua própria história. Isto amplia as condições de participação e decisão possibilitando soluções articuladas a partir de demandas específicas. Um dos problemas mais graves com os quais a comunidade se defronta está ligado ao desemprego e à falta de postos e trabalho. O que se propõe não é a criação de postos de trabalho nas cadeias de produção automobilística mas de “empregos verdes”na direção de desenvolvimento econômico e social mas também ambientalmente sustentáveis. O que se propõe em varias partes do mundo é o estímulo econômico com investimentos em setores “verdes”: energia eólica, solar, térmica, biomassa, hidroelétrica e geotérmica; que ao mesmo tempo em que contribuem para a mudança da matriz energética, geram empregos e incluem os menos favorecidos. Além disso, abre-se uma nova frente de atividades que são os empregos sociais voltados para cuidar do bem-estar de grupos vulneráveis da população, para cuidar do lazer e de atividades culturais.
No fecho do artigo, os autores apontam o potencial emancipador destes novos paradigmas reforçando a necessidade da atuação em redes que articulem elações com o aparelho governamental.
[1] Economista e coordenador do Projeto Novos Paradigmas de Produção e Consumo;

[2] Administrador e pesquisador do Projeto Novos Paradigmas de Produção e Consumo.



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