Cosa Nostra: A Guerra das Famílias
(SI)
Foi a subida ao poder do clã de Corleone (Riina, Provenzano), nos anos 80, que debilitaria posteriormente a organização. A Máfia tinha sempre operado na clandestinidade, ao ponto de muitas pessoas duvidarem da sua verdadeira existência. Não intervinha directamente na políticas nem atacava os seus representantes, e os conflitos internos eram resolvidos de forma discreta, mas Totó Riina desencadeou uma luta pelo poder contra outros clãs - a Guerra das Famílias - que provocou centenas de mortos e detenções. Entre estes, encontrava-se Tommaso Buscetta, o primeiro mafioso importante a quebrar a lei do silêncio. Foi ele que revelou ao juiz Falcone a realidade da Cosa Nostra, o seu sistema e regras, o código de honra e o ritual através do qual cada novo iniciado jura lealdade e obediência até à morte ao respectivo capo, na certeza de que poderá acabar num banho de ácido se o atraiçoar. Descreveu também às autoridades judiciais a estrutura piramidal da máfia, em cuja base se situam os homens de honra (ou soldati) de cada cosca (família), que governa um território. O testemunho do pentito (arrependido) Busceta seria fundamental para julgar e encarcerar 350 mafiosos. Ao verem-se encurralados, pela primeira vez, por um Estado intransigente, os corleoneses mataram, em 1992, os paladinos da luta antimáfia, os juízes Borsellino e Falcone, concretizando a advertência que Buscetta fizera ao segundo durante a sua primeira conversa: "Não se esqueça de que a conta que abriu com a Cosa Nostra nunca ficará saldada. Continua a querer interrogar-me?"
Resumos Relacionados
- Cosa Nostra: Os Julgamentos, A Crise, O Regresso
- Cosa Nostra
- O Poderoso Chefão
- A Mafia Devota. Igreja, Religião, Cosa Nostra
- Mulheres Da Máfia
|
|