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A conservação das aves
(Júlia Almeida)

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As aves são fundamentais para os ecossistemas. São o grupo de espécies animais mais bem estudado e que atrai mais atenção. À medida que o futuro das aves corre mais riscos, a sua conservação torna-se mais urgente.
 
O maior número de observadores, investigadores, e legislação que protege as aves confirma um grande interesse por estes animais, por motivos estéticos, científicos ou económicos.
 
As aves são símbolos imemoriais de liberdade, força, sabedoria e morte. Imensos observadores de aves em todo o mundo procuram o prazer que a sua proximidade proporciona. Muito do nosso conhecimento actual obteve-se a partir do estudo das aves. A teoria da selecção natural de Darwin foi formulada após a observação dos tentilhões das Galápagos. As aves são ainda bons bioindicadores das alterações do ambiente. O decréscimo de algumas espécies é uma chamada de atenção para o prejuízo que está a ser causado no ambiente.
 
As aves têm também importância económica. Movimentam muito dinheiro, tanto pela sua observação como pelo interesse na sua caça. Estima-se que entre os anos 80 e 90 o número de observadores norte-americanos tenha triplicado, gastando hoje em dia cerca de 20 mil milhões de dólares por ano nessa actividade. Mas o valor económico das aves também se deve ao seu impacto como agentes de polinização, predadores de insectos e controladores de roedores. Elas destroem 98% das larvas de uma grande praga das macieiras. A sua importância como predadores de insectos chegou a ser calculado em 2000 dólares/ano/km2. Os gastos com a conservação de espécies ameaçadas também são elevados. Até 1995 foram gastos 18,5 milhões de dólares na recuperação de uma coruja norte-americana.
 
Existem cerca de 11000 espécies de aves no mundo e 400 em Portugal, sendo 200 destas nidificantes. Em alguns países da América do Sul este valor é quase 10 vezes mais elevado. Existem espécies migradoras – que habitam em Portugal no Inverno, na Primavera ou de passagem no decorrer das migrações – e residentes, que permanecem no nosso país todo o ano. Existem também 31 espécies cinegéticas, grupo mais protegido a nível mundial por causa do interesse na sua caça.
 
Todas as aves necessitam de condições específicas para se reproduzirem e sobreviverem. Precisam de um habitat próprio para alimentação e nidificação, e muitas espécies precisam também de locais adequados para parar durante a migração. Entre as características que um habitat deve possuir contam-se o tamanho e a configuração. Para uma espécie poder viver numa dada área, esta deve ser suficientemente grande, para satisfazer as necessidades de alimentação e abrigo da espécie. Além disso, se o habitat for fragmentado, aumenta o efeito de orla, que promove alterações na temperatura, humidade e pressão de predação nesse habitat. As espécies migradoras precisam mesmo de vários habitats, para as diferentes fases do seu ciclo anual. O grou-comum, por exemplo, precisa de zonas húmidas para nidificar e de zonas agrícolas para aguentar o Inverno. Um habitat de qualidade oferece bons locais de nidificação, muita comida e bons locais de abrigo. Se um habitat for grande, mas não de qualidade, a ave não permanece lá. Esta qualidade depende de factores físicos e bióticos.
Outras causas do declínio das aves são a poluição, construção de estruturas humanas e espécies invasoras.
 
É preciso compreender o porquê do perigo de extinção e como se pode evitar esse perigo. A genética e os impactos do tamanho das populações originaram o aparecimento da Biologia da Conservação, que visa apoiar as tentativas de recuperação das espécies.
 
A legislação é essencial para proteger as aves. Por exemplo, a Convenção de Ramsar, sobre as zonas húmidas, a Convenção de Bona, sobre as espécies migradoras e a Directiva Aves, acerca das aves selvagens europeias. Ao abrigo da última, os estados europeus criaram Zonas de Protecção Especial, para conservar espécies que necessitem de medidas rigorosas, e estas em Portugal correspondem já a 8% do território nacional.
 
A gestão do habitat é a forma mais poderosa de proteger as aves. O aumento de habitats, a sua ligação por corredores, o ordenamento cinegético e um correcto ordenamento do território são fundamentais para a conservação da avifauna. Mas para conservar é preciso primeiro investigar os requisitos das espécies, suas ameaças e medidas de conservação. A monitorização das populações, realizada muitas vezes por voluntários, é também fundamental. Os Atlas são também instrumentos de conservação importantes, contendo informação sobre a distribuição das espécies.
 
Além de recuperar as espécies ameaçadas, é necessário também manter as espécies comuns, protegendo o seu habitat e satisfazendo as suas necessidades, para evitar declínios no futuro.



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