Estrutura das Revoluções Científicas
(Thomas Samuel Kuhn)
Estrutura das Revoluções CientíficasKuhn argumenta que os períodos de acumulação gradativa de conhecimento pela comunidade científica, denominados por ele de ciência normal, são interrompidos ou intercalados por períodos da chamada ciência extraordinária, quando os “paradigmas” científicos são questionados e revistos através das “revoluções científicas”. Neste caso, a ciência evolui tanto de forma acumulativa, nos períodos de ciência normal, quanto aos saltos, quando ocorrem as revoluções científicas.Ciência normalPodemos definir ciência normal como a pesquisa firmemente baseada em uma ou mais realizações científicas passadas. A ciência normal não tem como objetivo trazer à tona novas espécies de fenômenos, pois a pesquisa da ciência normal está dirigida para a articulação daqueles fenômenos e teorias já fornecidos como paradigmas.A ciência normal possui um mecanismo interno que assegura o relaxamento das restrições que limitam a pesquisa, toda vez que o paradigma do qual deixa de funcionar efetivamente, mas pelo menos parte dessas realizações da ciência normal sempre demonstra ser permanente.A ciência normal oferece problemas com solução possível, motivando o pesquisador e evitando problemas muito complexos, metafísicos ou secundários, busca solução de quebra-cabeças possíveis, uma das razões pelas quais a ciência normal parece progredir tão rapidamente.A ciência normal é um empreendimento altamente cumulativo, extremamente bem sucedido no que diz ao seu objetivo, a ampliação do alcance e da precisão do conhecimento científico.Descoberta cientifica ou ciência extraordináriaConsideraremos revoluções científicas aqueles episódios de desenvolvimento não cumulativo, nos quais um paradigma mais antigo é total ou parcialmente substituído por um novo, incompatível com o anterior. Quanto maiores forem as precisões e o alcance de um paradigma, tanto mais sensível este será como indicador de anomalias e, conseqüentemente, de uma ocasião para a mudança de paradigma.Primeiramente, toma-se consciência da existência de uma anomalia. Então ocorre a emergência gradual e simultânea, por vários pesquisadores, nos planos conceituais e práticos da anomalia e suas conseqüências. A partir daí, aumenta a resistência à mudança de paradigma. Gerando então novas teorias candidatas a paradigma. As crises são pré-condições necessárias para a emergência de novas teorias, ou seja, a quebra de um paradigma envolve a necessidade de novas teorias para resolver anomalias, que são contra-exemplos à teoria que surgem em suas aplicações ou experimentos empíricos feitos na natureza. Uma nova teoria surgiu somente após um fracasso caracterizado na atividade normal de resolução de problemas, mas nem sempre uma anomalia reconhecida e persistente leva a uma crise. Se acaso tense a ocorrência da crise ela podem terminar de três maneiras distintas 1ª. A ciência normal acaba revelando-se capaz de tratar o problema, 2ª. O problema recebe então um rótulo e é posto de lado para ser resolvido por uma futura geração que disponha de instrumentos mais elaborados. 3ª. Ai se não for resolvido a emergência de um novo candidato a paradigma e com a subseqüente escolha por sua aceitação. Ocorre também a alteração da teoria, dos métodos e das aplicações envolvidas, como parte do processo revolucionário, são de que as pesquisas extraordinárias têm um caráter mais hipotético e incompleto do que o afirmado anteriormente, que carecem de uma análise filosófica, regras e pressupostos consistentes. Novo Paradigma Kuhn usa esta experiência para confrontar com situações históricas ocorridas no desenvolvimento das ciências e seus paradigmas, que se seguem entre 1690 e 1781, considerava-se que Urano era uma estrela. Em 1781 houve a identificação de Urano como um cometa, por Sir William Herschel. Somente após 1801, quando Lexell reavaliou a descoberta indicando que Urano tratava-se de um planeta, foi que ocorreu o descobrimento de vários outros planetas e asteróides, isto porque os astrônomos começaram a olhar para o céu com novos olhos, acreditando na existência de outros planetas; Confrontação da Revolução de Copérnico contra conceito anterior de que estrelas e planetas eram imutáveis ( não sujeito a mudança ).A invisibilidade das revoluções científicas, a maior parte das ilustrações e exemplos de paradigmas científicos, que foram selecionadas por sua familiaridade, é habitualmente considerada, não como revolução, mas como evolução no conhecimento científico.Invariavelmente os indivíduos que são os precursores das revoluções científicas, tiveram sua atenção concentrada sobre problemas que provocam crises, são habitualmente tão jovens ou tão novos na área em crise que a prática científica comprometeu-os menos profundamente que seus contemporâneos à concepção de mundo e às regras estabelecidas pelo velho paradigma. O processo A questão torna-se complicada, por exemplo, quando se busca identificar se a astrologia, é ou não uma ciência. As perguntas subjacentes ao critério de demarcação são; Quais são as leis da natureza? O que é ciência? Quando uma teoria é confirmada?Retomando o texto de Kuhn, no caso da Psicologia, carecendo de uma argumentação mais consistente, ele diz que, Por exemplo, alguns argumentam que a Psicologia é uma ciência que possui tais e tais características. Outros, ao contrário, argumentam que tais características são desnecessárias ou não são suficientes para converter esse campo de estudos numa ciência. No caso da Economia, ela é entre as ciências cujo status não é tão controverso, provavelmente devido aos progressos passados e presentes que se têm obtidos, aquela que menos discute sobre a ciência do seu campo de estudo, mostrando que o questionamento está muito mais ligado à obtenção de um progresso inquestionável do que ao conceito de ciência em si.
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