Bill Gat(o)
(Maria Sousa)
O nome foi escolhido, depois de muito pensar, pois o gato Bill teve muita sorte quando atravessou aquela faixa de rodagem sem que nenhum dos carros o atropelasse. A Maria estava à espera de um autocarro e estava sozinha na paragem, não era hora de ponta, e quando viu uma "coisinha", muito pequenina a atravessar a rua, achou que se tratava de um rato; preparava-se para fugir dali, já que o minúsculo se dirigia para ela à velocidade a que as suas patinhas permitiam. Um ratinho, muito engraçadinho, mas UM RATO... Olhou melhor, já que a distância entre eles se encurtava, e percebeu que afinal não era um rato, mas um gatinho, que ainda mal tinha aberto os olhitos e que acabado de fazer algo de extraordinário: passara por entre quatro filas de carros em andamento, e sem sofrer nenhum dano físico, nem um bigode perdera. A Maria adora gatos e já tinha três em casa mas, assim que se apercebeu de que se tratava de gato e não de rato, é claro que o apanhou e ao que parece quase que ele se perdia entre as suas mãos. Depois foi a odisseia de entrar no autocarro, de pedir ao motorista licença para transportar um passageiro inesperado, certamente muito assustado e sem dinheiro para pagar bilhete nem sequer um saco próprio de transporte de animais, como é de lei.. Chegados à Gare do Oriente ( Lisboa ) estava à nossa espera a futura madrinha, a Be, que logo foi pedir uma caixa a uma sapataria, onde ele se perdia no fundo. Foi mimado por todas as pessoas que esperavam transportes para diversos pontos do país ( Portugal ), especialmente por um menino, talvez de sete ou oito aninhos, que estava com a mãe de partida para o Porto, e que insistia em levar o gato com ele; então o coração da Maria balançou (já gostava do gatito?), creio que sim, mas, também, tinha pena do garoto que não tinha nenhum gato e a Maria já tinha três em sua casa. Asim, o que a "salvou" foi a pequenez do Bill, todos acharam que o gato não iria sobreviver à viagem de camioneta entre Lisboa e Porto, pois nem sequer ainda comia, foi alimentado a biberão, a mamadeira que substituiu a mãe gata. No dia seguinte a esta aventura ainda foram procurar na zona onde o tinha encontrado, ou melhor onde ele a tinha encontrado, pois a Maria está certa que este gato não teve apenas sorte ao atravessar aquela rua tão larga sem ser atropelado e, pondo a modéstia de lado, crê que "ele" a escolheu, com a ajuda dos deuses dos gatos. Como não encontram nenhuma gata com gatinhos "lá na terra do Bill Gat(o)" a Maria ficou com mais um gato. Mais tarde souberam que as mães gatas expulsam os gatinhos, os machos apenas, isto pode parecer cruel aos olhos humanos, mas, as gatas lá saberão das suas vidas. E foi assim que o nosso Bill ficou com uma nova dona. Ainda o porquê do nome Bill Gat(o): porque teve muita sorte como o outro Bill; sorte mas, também, muito trabalho para chegar ao sítio que queria. A sorte apenas foi lá estar alguém que gostava de gatos. Concluíndo, ele é um Gato de Sorte e tem muita Sabedoria, venha lá ela de onde vier. Mas, não se pense que a audácia de atravessar aquela rua não deixou mazelas, não foram físicas, mas estão lá na sua "mente", pois só assim se explicará o medo que o Bill tem, ainda hoje, passado tanto tempo, de chegar até à janela de onde se ouve o ruído dos motores dos muitos carros que passam lá em baixo na rua.
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