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Marxismo e Filosofia da Linguagem: problemas fundamentais do método...
(Mikhail Bakhtin)

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Mikhail Bakhtin, nesta obra, procura realizar uma reflexão sobre a Filosofia da linguagem, utilizando à ótica marxista, ou seja, possuindo como aporte teórico o Marxismo. Logo, ressaltando que a palavra é um signo ideológico por excelência, que reflete e refrata a realidade social, destaca a natureza ideológica dela como signo lingüístico, frisando seu caráter social, dialógico e interativo.

A obra é dividida em três partes. A primeira procura “Indicar o lugar dos problemas da filosofia da linguagem dentro do conjunto da visão marxista do mundo”; a segunda aborda o “problema da natureza real dos fenômenos lingüísticos e a última tem como tema a “questão do discurso citado”.

Para chegar ao seu objetivo, o autor afirma que tudo o que é ideológico é um signo, e sem estes não existiria ideologia. Essa é a frase fulcral da abordagem do autor no primeiro capítulo. O signo, por sua vez, possui duas realidades, aquela que existe por si mesmo, e outra simbólica, aquela que reflete e refrata uma determinada realidade e que nem sempre é fiel a ela, por vezes pode distorcê-la ou aprendê-la de um ponto de vista específico (papel da ideologia).

Os domínios dos signos correspondem aos domínios do ideológico e, portanto, onde se encontra o signo, encontra-se o ideológico. Conforme Bakhtin “tudo que é ideológico possui um valor semiótico.” (p.33). E ainda “o signo ideológico (...) é um território concreto, sociológico e significante...” (p.58). Os signos ideológicos – exteriores e interiores – refletem a natureza ideológica da linguagem.

Bakhtin aduz que os signos – no caso aqui abordado, palavra, fala, língua, texto – só podem surgir em um terreno inter-individual, ou seja, é necessária a existência de sujeitos que estejam socialmente organizados, constituindo, portanto, um grupo. Os signos são o alimento da consciência individual, ele a entende – a consciência – como um fato sócio-ideológico. A lógica da consciência é a lógica da comunicação ideológica.

Para o autor, o signo e a ideologia são englobados por um conceito fundamental: O discurso. Todo signo cultural quando compreendido e dotado de um sentido, não permanece isolado, ele vira parte da unidade da consciência verbalmente constituída.

Cada época e cada grupo social têm seu repertório de formas de discurso na comunicação sócio-ideológica, e cada forma de discurso social corresponde a um grupo de temas. Portanto, todo discurso, como signo ideológico, está marcado pelo horizonte social de uma época ou grupo social determinados.

Na obra, a palavra se apresenta como uma arena onde se cruzam e lutam os valores sociais de orientação contraditória. Ela “... está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou vivencial”(p.99). É o produto da interação viva das forças sociais, pois, a ligação entre as significações de um texto e as condições sócio-históricas deste texto não são secundárias e sim, indissolúveis.

Pode-se ver em Marxismo e Filosofia da linguagem que a língua é considerada um produto coletivo, ou seja, um fenômeno social, e é sempre apresentada dentro de um contexto ideológico. Portanto, corroborando que a palavra é carregada de um conteúdo ideológico e seu sentido é determinado pelo seu contexto.

Enunciar. Esta deve ser, conforme Bakhtin, a base da doutrina da Filosofia Marxista, haja vista que a enunciação, sendo social, age como realidade da linguagem e como estrutura sócio-ideológica,

“A enunciação enquanto tal é um puro produto da interação social, quer se trate de um ato de fala determinado pela situação imediata ou pelo contexto mais amplo que constitui o conjunto das condições de vida de uma determinada comunidade lingüística” (p.126)

É condição sine qua non compreendermos na concepção bakhtiniana, que a enunciação, enquanto discurso, é interação, constitui-se modo de produção social, não neutro, nem natural, funciona como suporte das representações ideológicas, ela é um confronto ideológico constituído através de processos histórico-sociais. Deve ser encarada como formação ideológica que se manifesta pela competência sócio-ideológica.

Através das assertivas supracitadas, Mikhail Bakhtin construiu um clássico. Ao desenvolver, através de pressupostos marxistas, uma filosofia da linguagem, Bakhtin, encara a linguagem, como uma entidade viva e não inerte, considerando-a como um signo ideológico-social, que faz parte da interação entre os seres sociais, responsável pela reflexão e refração de suas determinadas realidades.



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