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O inconsciente na criação artística
(Pedro Luzes)

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A arte possui em comum com a psicose um inconsciente dinâmico activo. Para Freud arte é sublimação. Na realização da obra, existe o momento comum, que podemos definir como um momento psicológico, pleno de intuição ou divinização, em que se desvanecem todas as tensões interiores. Este fenómeno é a inspiração.Na criação artística, o espírito é assolado por uma fantasia inconsciente. Essa fantasia dir-se-ia ditada, uma vez que tem origem em regiões do espírito, que se localizam fora dos limites habituais da personalidade. A imaginação criadora do artista, mais não é, do que a produção das suas fantasias, face a determinados objectos (pessoas, coisas ou situações que concentram em si os afectos do sujeito). A natureza pessoal da obra, pode escapar ao próprio artista, porém, um psicanalista questioná-la-á sempre. Vejamos o exemplo de Edgar Poe e Ligeia ou Morrela. Qual a razão dos destinos trágicos na mulher? Certamente, não será alheio a tal concepção, o facto de a mãe do poeta, ter morrido quando este tinha apenas três anos.Mas nos artistas, (ao contrário do que sucede com os doentes mentais) o objecto está integrado. Ou seja, a relação entre o artista e o objecto é positiva. Refuta-se assim, a ideia de que a verdadeira obra, possa ser criada em estados próximos da loucura. O artista pode passar por angústias e conflitos, mas o facto de conseguir passar uma sensação de integração, leva-nos a considera-lo uma personalidade sã.Refira-se o mecanismo de reparação definido por Melanie Klein ou a abordagem das tentativas de reparação e criação literária de Marcelle Spira. Bem como o conflito definido por Freud, contido nos instintos de vida ou de morte. Tudo o que existe no homem terá uma correspondência psíquica.É importante que a personalidade do artista contenha a agressividade, pois só assim poderá lutar contra o conformismo do seu tempo. A morte e a destruição, fazem hoje também parte da arte. A arte moderna manifesta a presença de elementos discordantes e dissonantes, bem como a ausência completa de uma beleza idealizada.A obra de arte é apta a causar uma verdadeira acção traumática. O público defende-se da arte e da exteriorização do inconsciente que esta contém, pela rejeição ou pela indiferença.O artista possui um profundo conhecimento da realidade psíquica, sendo por isso um precursor da ciência do inconsciente. A criação é também um elemento catalisador da evolução do artista e da contenção dos seus problemas íntimos. Para aceder às profundidades do inconsciente, o artista tem que voltar aos mecanismos mais precoces do funcionamento mental. E este processo, devido ao poder do inconsciente, pode tornar-se irreversível. Ser artista, é viver perigosamente, tocando e opondo-se ao que mais angustiante existe em nós. Muitos artistas ao realizar essa viagem são vítimas de uma morte psíquica, representada pela loucura.



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