Textos Sagrados – A criação do mundo (Segundo o Gênesis)
(Tarso Araújo)
Todas as sociedades e religiões tiveram suas respostas para responder à problemas existenciais. Mesmo em locais remotos e sociedades muito primitivas, usavam o sol como referência, por não ter uma língua ou cultura tão bem elaboradas como as que existem hoje. E essas sociedades se valem das suas vicissitudes para elaborar seus mitos, crenças ou religiões. Vejamos o que acontece no livro Gênesis. Naquela época, os povos de Israel e Judá foram levados à força para trabalhar e pagar impostos na Babilônia. No Gêneses, “terra vazia e sem forma” significa a terra deles. Hoje, terra nos remete ao planeta, redondo. Sem aviões ou satélites, eles não tinham a menor idéia e nem confirmação de que a terra era vasta e redonda. Segundo o texto, Deus criou primeiro a luz, depois, no quarto dia, o sol. Acontece que o sol vinha primeiro na ordem religiosa dos babilônicos, e essa “mudança” foi uma maneira de os povos escravizados provocarem e mostrarem seu repúdio aos opressores. O paraíso, é claro, era a terra deles que ficou vazia. Aliás, quando lê-se a palavra “jardins” nas escrituras, a maioria das pessoas não faz idéia de que, em hebraico, era a palavra “horta”, os tradutores deve ter calculado que “jardim” era mais poético. O “pão com suor do seu rosto” que Adão passaria a comer nem carece de explicação, e “as dores do parto” de Eva seria pela mudança de costumes, que até então, era de ter filhos a cada 7 anos. Agora, era preciso de mais mão-de-obra para ajudar no pagamento dos impostos cobrados pela Babilônia. Era o nascimento dos sistemas produtivos e tributários. E ainda hoje se ouve a famosa frase: crescei-vos e multiplicai-vos.
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