O Preço da Incompetência
(Christine Kerdellant)
Em 1950, o senhor Edwin Land bateu à porta da Kodak para lhes oferecer um invento: a Polaroid. A empresa recusou delicadamente a proposta, alegando que as pessoas não tinham assim tanto interesse em ver instantaneamente as suas fotografias. Land lançou a Polaroid e o sucesso foi imediato. A estória dá vontade de rir, mas o custo que teve para a multinacional norte-americana foi muito além da simples chacota. A Kodak acabou por copiar o conceito e foi obrigada a pagar, em 1976, uma indemnização de 760 milhões de dólares a Edwin Land.
A Kodak ficou ainda na história por ter recusado, após a segunda guerra mundial, uma outra invenção: a fotocopiadora. O seu criador, Chester Carlson, fundou a Xerox, e a Kodak lá voltou a mostrar uma confrangedora falta de visão estratégica.
Estes dois casos permitem extrair outras tantas lições. A primeira tem a ver com a falta de agilidade e de 'killer instinct' que, não raras vezes, atinge as grande empresas. A segunda remete para as virtudes de uma atitude empreendedora. Land e Carlson acreditaram nas suas criações e o tempo deu-lhes razão... e fortuna.
Inventos como a Polaroid e a Xerox possuem uma natureza excepcional. Sem dúvida. Mas são, sobretudo, uma prova de que o êxito só se consegue com acção. As duas estórias são contadas neste livro. Diz a autora que "os maiores erros de gestão são pecados por omissão. São oportunidades que não se soube agarrar."
É verdade, do ponto de vista de quem os cometeu. Contudo, só ficaram para a história como erros porque existiu quem não se contentasse com um não. Tão simples quanto isto.
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