"Os Três Reis Do Oriente" CONTOS EXEMPLARES
(Sophia de Mello Breyner Andersen)
" Os Três Reis do Oriente"Gaspar, Melchior e Baltazar são os três reis do oriente que o conto fala. Este divide-se em três partes distintas. Cada uma delas diz respeito a cada um dos Reis e à forma que eles encontraram para seguir a estrela do oriente e encontrarem-se com o seu Deus.Gaspar era um rei rico, no entanto renegava louvar ao bezerro de oiro que era adorado por todos. Ao ser interrogado por tal, Gaspar diz: “ Não posso adorar o poder dos ídolos. O meu Deus é outro e creio no seu advento, que a Terra e o Céu me anunciam.” Ao proclamar tais palavras, Gaspar é deixado pelos outros, que o acusavam de traidor, pois este não adorava o mesmo Deus que eles. Contra a maioria, o rei torna-se uma minoria. O seu palácio deixa de ser frequentado ele deixa de ser convidado para as assembleias e deixa de ser protegido. Muitos assaltos se deram no palácio de Gaspar, a seguir dos assaltos veio a solidão.A solidão termina quando no céu aparece uma estrela, muito brilhante, que deslizava para o ocidente. Gaspar deixa o palácio e segue aquela “luz”.Belchior detinha em seu poder uma placa de barro, que passara de geração em geração que dizia “ ao mundo seria enviado um redentor e que uma estrela se ergueria no Oriente para guiar aqueles que buscavam o seu reino”. Esta placa era deveras antiga, por isso Belchior mandou chamar ao palácio historiadores, letrados e por ultimo os sapientes. Com estas reuniões, Belchior concluía que a placa tinha diversas leituras, pois cada grupo fez uma leitura diferente da placa.Algo que hoje podemos reflectir. A credibilidade dos documentos antigos. Poderiam ser factos ou simples poemas, tal como se sucedeu no conto.Na última noite que de análise à placa, quando os sapientes se iam retirar do palácio o rei vai a varanda e no céu aparece a estrela. Belchior, tal como Gaspar seguiu a estrela, segura sem perguntas ou fraquezas.Na última parte do conto aparece o rei Baltazar. Depois de um banquete o rei, som da flauta do criado, reflecte sobre a sua fome de banquetes e festas. Ao passear pelo jardim deparasse com um homem que estava encostado a uma parede. Baltazar fica espantado, pois foi a primeira vez que olhou realmente a cara de um vulgar homem, a cara da fome. O rei aproxima-se do homem, este apenas diz-lhe que tem fome, mas ao reconhecer o rei, com medo de ser preso foge.Baltazar manda chamar os guardas e ordena-lhes que estes procurassem na cidade um homem “jovem e magro, vestido de farrapos e que tem os olhos cheios de tristeza e de paciência”. Os guardas encontraram vários homens assim, como se podia esperar. Então foi o próprio rei com outras vestes ver se encontrava o homem, mas em vão. No lugar disso viu miséria extrema que nunca tinha visto. Decidiu doar todo, dar tudo para saciar a fome mas os ministros não consentiram, porque se o rei quisesse de facto dar as suas reservas e as suas riquezas para tal fim ele próprio ficaria na miséria pois nem todas as suas riquezas dariam para saciar a fome a todos aqueles que a sentiam. Baltazar no dia seguinte foi ao templo com o fim de rezar ao Deus que protegesse os pobres e oprimidos, mas esse altar não existia. O conto termina quando o rei vê a estrela e também ele a segue, mas este diferentemente dos outros, antes de ver a estrela diz: “Senhor, eu vi. Vi a carne do sofrimento, o rosto da humilhação, o olhar da paciência. E como pode aquele que viu estas coisas não te ver? E como poderei suportar o que vi se não te vir?”. Este rei negro antes de ver a estrela já acredita em DeusEste conto faz-nos pensar sobre três coisas distintas: as minorias, a fome e as possíveis incoerências dos textos antigos.As minorias padecem de fome, e não são olhadas com olhos de ver. São vistas como um grupo excluído, algo à parte. Quem esta contra as maiorias esta logo, imediatamente inserido no grupo excluído, tal como aconteceu a Gaspar e tal como acontece nos dias de hoje, não por adorarmos deuses diferentes mas por termos opiniões diferentes em outros campos.Os textos antigos sempre levantaram suspeitas pois, tal como a bíblia um livro com vários anos e com tantas traduções, quem garantes que aquele é o texto inicial. As variadas leituras de um texto também são actuais.Todo isto, prova que apesar de este conto falar de uma história com mais de 2000 anos, este conto contém problemas bastante actuais.
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