A Moreninha
(Joaquim Manoel de Macedo)
Leopoldo, Augusto e Fabrício, estudantes de medicina, são convidados pelo colega Filipe a passar o feriado de Sant’Ana na casa de sua avó, que se situava na ilha de Paquetá. Os amigos ficaram entusiasmados e começam a programar a viagem. Filipe comenta sobre o tão esperado baile que aconteceria no domingo, e sobre a presença de suas primas: Joana, Joaquina, e D. Carolina. Os amigos começam a conversar sobre a possibilidade de se aproximarem das garotas, e Augusto então lhes adverte sobre sua inconstância no amor, dizendo não conseguir ficar com uma mulher por mais de 15 dias. Filipe garante a Augusto que suas primas são muito bonitas, e que ele se apaixonaria uma delas, e daí surge uma aposta: se Augusto se apaixonasse por uma única mulher por mais de 15 dias, teria de escrever um romance narrando toda a trajetória de seu amor. Alguns dias depois, Augusto recebeu uma carta de Fabrício, onde este reclamava de seu namoro com D. Joaninha, pois esta era muito exigente. Fabrício pedia ajuda a Augusto para se livrar de sua namorada, e Augusto disse que isto estava fora de seu alcance, e cabia a ele resolver seus problemas. Fabrício, nervoso pela posição tomada por Augusto, declarou guerra ao amigo, e no jantar de sábado, Fabrício começou a declarar em voz alta a inconstância amorosa de Augusto, que permaneceu calado diante as provocações. Porém, depois do jantar nenhuma das moças conversou com o rapaz, exceto D. Ana, que levou Augusto até uma gruta, onde ficaram conversando. Augusto contou à D. Ana uma história sobre seu antigo amor, ainda aos treze anos, quando em uma viagem conheceu uma garotinha de oito anos, com quem brincou muito na praia em que estavam. Um garotinho os pediu-os ajuda, levando-os a uma cabana, onde um velho homem morria. As crianças deram alguns trocados à mulher do velho, e em agradecimento, este pediu para que cada criança mostrasse um objeto de valor. Augusto deu um camafeu de ouro, e a menina um botão de esmeralda, que foram envolvidos com uma fita verde e uma branca, respectivamente. O velho trocou os objetos, deixando o camafeu com a menina, e o botão com o menino, e disse-lhes que um dia eles se casariam. A menina saiu correndo, e Augusto nunca mais a encontrou. D. Ana contou a Augusto a história da gruta, que consistia na paixão de uma moça por um índio que não a amava, e de tanto chorar de desconsolo, deu origem a uma fonte encantada. Quem bebesse a água poderia adivinhar o sentimento das pessoas, e se apaixonaria por alguém da ilha. Durante a conversa com D. Ana, Augusto avistou D. Carolina, que os escutava enquanto cantava a uns metros da gruta. Ele achou a voz da moça encantadora, e começou a se interessar pela vida da Moreninha. No café da tarde, a Moreninha derramou café em Augusto, e este foi se trocar no vestiário feminino, por curiosidade, porém, levou um susto ao perceber que algumas meninas se aproximavam, e se escondeu embaixo da cama, e acabou ouvindo a conversa das moças. De repente D. Carolina deu um grito, e todos saíram para ver o que estava acontecendo. Sua ama havia desmaiado na sala. Augusto se ofereceu para ajudar D. Carolina com os cuidados de sua ama. Em seguida, todos se arrumaram para ir ao sarau. Após muito dançarem, Augusto encontrou um bilhete em seu paletó, dizendo para comparecer na gruta, e outro dizendo ser uma armadilha. Mesmo assim, no dia seguinte Augusto compareceu à gruta, e lá encontrou as quatro moças. Contou a elas o que havia escutado no vestiário, e elas revoltadas, foram embora. Moreninha surpreendeu Augusto comentando sobre a conversa que ele teve com D. Ana. A Moreninha abaixou-se e bebeu a água da fonte, o que fez Augusto lembrar da lenda e se declarar a ela. Após o a festa, os rapazes decidiram partir, mas antes foram se despedir de D. Ana. Quando voltaram para Paquetá, Augusto convidou a Moreninha para um passeio, e no meio do caminho perguntou se ela tinha um amor em sua vida, e ela sem responder fez a mesma pergunta a ele. Augusto disse que o amor da vida dele era ela, e D. Carolina, imóvel, disse haver uma possibilidade dele ser o amor da vida dela também. Augusto teve que ir embora, e seu pai, temendo que a Moreninha interferisse nos estudos de seu filho, proibiu que ele voltasse à ilha. Augusto ficou em depressão, e seu pai teve que ceder as proibições levando o filho à gruta, para que ele pedisse a Moreninha em casamento. O pai fez o pedido diretamente a Moreninha, e ela disse que daria a resposta a Augusto, na gruta. Lá, ela perguntou se ele ainda amava a menina que conheceu na praia, e disse que eles não poderiam se casar porque Augusto já estava comprometido com outra pessoa. Augusto disse à Moreninha que a amava acima de tudo, porém ela manteve seus argumentos. Quando Augusto estava prestes a desistir, a Moreninha mostrou o camafeu de ouro, revelando ser a menina com quem ele havia jurado se casar. Comovidos, os dois se abraçam, e dizem que a busca pela pessoa amada chegara ao fim. Os amigos disseram que já havia passado um mês desde a aposta, e Augusto os surpreende dizendo que o romance estava pronto, e se chamava A Moreninha.
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