Revelando O Código Da Vinci
(Reginaldo Soares)
A obra elaborada pelo escritor Martin Lunn – tradução de Milena S. Carvalho, em português – objetiva separar a realidade da ficção da obra O Código Da Vinci, sem refutá-la. Há uma introdução, seguida de 13 capítulos. Os quatro primeiros capítulos tratam de Leonardo da Vinci (vida e obra), do Priorado de Sião (e grão-mestres) e Rennes-le-Château. Os capítulos 5-8 revelam Constantino e teses sobre Cristo. O capítulo 9 retrata a Opus Dei. O décimo capítulo dispõe de temas da obra. Os últimos capítulos referem-se aos lugares mencionados no livro. Conforme Martin Lunn, são os temas que procedem veridicamente:
Obras de Da Vinci. Todas as obras citadas procedem veridicamente.
A seqüência de Fibonacci. Retratada como “a mão de Deus evidente na natureza... Até hoje existem religiões pagãs que reverenciam a mãe Terra. Muitos de nós celebramos a Natureza e nem mesmo sabemos. O início da primavera celebrado no hemisfério norte é um exemplo perfeito” (BROWN, p. 94-5).
Igreja Católica e a Santa Inquisição. Foi brutal, especialmente na Idade Média. “Sua cruzada brutal para ‘reeducar’ os adeptos de religiões pagãs e adoradores de deidades femininas durou 3 séculos, empregando métodos ao mesmo tempo inventivos e hediondos. A Inquisição católica publicou o livro que se pode considerar o mais sangrento da história da humanidade. O Malleus Maleficarum ou Martelo das Feiticeiras - doutrinava o mundo contra os "perigos das mulheres de pensamento liberal" e instruía o clero sobre a forma de localizar, torturar e destruir essas mulheres. As pessoas consideradas 'bruxas' pela Igreja incluíam todas as professoras, sacerdotisas, ciganas, místicas, amantes da natureza, coletoras de ervas e qualquer mulher "que fosse suspeita de sintonizar-se com o mundo natural". As parteiras também eram perseguidas e mortas por sua prática herética do uso do conhecimento médico para evitar dores de parto - um sofrimento, segundo a Igreja, que era a punição justa por Eva ter dividido o Fruto da Árvore do Conehcimento, gerando assim a idéia do Pecado Original. Durante 300 anos de caça às bruxas, a Igreja queimou na fogueira a quantidade impressionante de cinco milhões de mulheres" (BROWN, p. 120-1).
Simbologia Cristã. A cruz quadrada é uma delas – “com quatro braços de igual comprimento – que precedia a cristandade em 1.500 anos. Esse tipo de cruz não trazia [nenhuma associação] à cruz latina, de braços mais longo, idealizada pelos romanos como instrumentos de tortura [...] Poucos cristãos, ao fitarem um crucifixo, entendiam sua história de símbolo da violência refletida no seu próprio nome: "cruz" e "crucifixo" vinham do latim cruciare, "torturar"” (BROWN, p. 138); o Baphomet é “a cabeça do demônio ‘cristão’”, cujo símbolo são “os dois dedos erguidos sobre a cabeça do amigo”. Na Magia Negra, "é a fonte e o criador do mal, o bode satânico do sábado das bruxas" (BROWN, p. 130).
Os cavaleiros templários. Protegiam documentos secretos compilados por Godofredo de Bouillon, rei francês, fundador do Priorado de Sião. O Vaticano havia ajudado esses guerreiros a obter poder (século XIV). Porém, o papa Clemente V, junto ao rei francês Filipe IV, eximiu-os em 13/08/1307 ("sexta-feira 13") através de um decreto na Europa. A carta emitida por Clemente acusava os cavaleiros templários de heresia, e recebera uma ordem divina para aniquilá-los da terra. Muitos cavaleiros foram torturados, presos e queimados em fogueiras como hereges. Porém, poucos cavaleiros escaparam, e mantiveram o segredo.
Constantino, o Grande. Governante que fundiu símbolos, religiões e rituais pagãos com a tradição cristã. Por exemplo, "os vestígios da religião pagã na simbologia cristã são inegáveis. Os discos solares egípcios tornaram-se as auréolas dos santos católicos. Os pictogramas de Ísis dando o seio a seu filho Hórus milagrosamente concebido tornaram-se a base para nossas modernas imagens da Virgem Maria com o menino Jesus no colo. E praticamente todos os elementos do ritual católico - a mitra, o altar, a doxologia e a comunhão, o ato de "comer Deus" [Jesus Cristo], por assim dizer - foram diretamente copiados de religiões pagãs místicas mais antigas" O deus pré-cristão Mitra nasceu no dia 25 de dezembro. Esta data celebram-se também o nascimento de Osíris, Adônis e Dionísio. "A cristandade celebrava o sabá judeu no sábado, mas Constantino mudou isso de modo que a celebração coincidisse com o dia em que os pagãos veneram o sol [...]. Até hoje a maioria dos fiéis vai à Igreja na manhã de domingo sem fazer a menor idéia de que estão ali para pagar tributo semanal ao deus-sol, e por isso em inglês o domingo é chamado de Sunday, "dia do sol" (BROWN, p. 211-12). Constantino uniu Cristianismo, Sol Invictus, Mitraísmo e alguns elementos da Síria e Pérsia numa religião universal híbrida.
Os fatos fictícios na obra de Dan Brown são as seguintes:
Rue Haxo. Não existe prédios entre os números 16 e 36, nem o Banco de Zurique.
Personagens. Todos são fictícios; alguns fazem alusão a pessoas reais.
O criptex. Objeto de imaginação de Dan Brown.
As origens do Tarô. Os Arcanos Menores derivam do baralho moderno de cartas.
Concílio de Nicéia. Segundo Martin Lunn, “Dan Brown ignora a principal razão pela qual o conselho foi formado: para resolver problema da heresia que havia surgido por causa da crença ariana na Igreja Ocidental de que Cristo não era divino, mas um ser humano. O concilio decidiu, novamente por votação, que Jesus Cristo era um deus, não um homem (LUNN, p.90). O objetivo de Constantino era associar Cristo (qual Deus) ao Sol Invictus, repreentante do deus-sol.
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