Resumo de Animação Sócio Cultural - 1

A Animação Sócio Cultural é um modo de transformação social. A autêntica capacidade de expressão é fundamental e imprescindivel, em relação a qualquer objectivo social. Uma das grandes tarefas do animador é a de problematizar. Terá de encontrar as formas de o fazer correctamente, sem artificialismos e no momento oportuno. Trata-se de fazer ressurgir a capacidade de impregnação e de interrogação, por isso o próprio terá de começar a fazê-lo em relação à sua própria função. Perante o homem desprovido da sua possibilidade de "compreensão", do seu tempo, do seu espaço, a animação propõe, lentamente, o contrário. É nesse sentido que se trata de um apelo à criatividade e que os seus meios privilegiados sejam aos da expressão cultural (a relação do "sentir" com "saber" leva ao "compreender", que só ganha sentido através da comunicação, da colectivização). Torna-se portanto necessário um trabalho colectivo. Através da actuação junto dos pequenos grupos vão-se delineando intervenções nas comunidades em que eles estão inseridos. Costumamos dizer que o objectivo da Animação é o desenvolvimento da consciencialização participante e criadora das populações. Aqui interessa essencialmente a forma ,e não só a formula, como esse objectivo poderá ser atingido.
O trabalho do animador é continuo e inevitávelmente lento. É necessário alertar para esta questão da lentidão para que não conduza a um desalento e a uma atitude de desistência, contra a qual teremos de nos precaver. O animador deve possuir alguns elementos que lhe permitirão ir elaborando um método de actuação. Mas um método não é uma varinha mágica. O ser capaz de suscitar um clima de envolvimento e um grau elevado de empenhamento, sem os quais não há animação possível, leva o seu tempo.
Na medida em que a animação vem pôr em causa os vários aspectos da rotina, do senso comum, do quotidiano viciado, a noção de rutura torna-se inerente a este tipo de acção. Quando se fala em pôr em causa, fala-se em desencadeamento de discussão analitica, que já contenha novas hipoteses de actuação e de resolução dos problemas. No seu trabalho de inquietação, o animador procura que o grupo seja capaz de fazer a detecção e ultrapassagem dos reais obstáculos no percurso a que se propõe. Mas o animador tem que estar apto a propor formas de actuação. Além de as propor terá também de as fazer pôr em prática, num processo colectivo. Para tal, deverá recorrer a várias técicas manuais e/ou intelectuais, em relação a cada uma das formas de expressão cultural. Utilizando não só as técnicas que já existem e estão aprofundadas como aquelas que terão de ser inventadas .

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