As sete dimensões da liderança
(Marcelo Quirino)
As teorias de Lideranças
Respostas a essa pergunta se sucederam em explicações sobre o fenômeno da liderança. Diversas teorias sobre os fatores que incidem na influência foram desenvolvidas. Tal diversidade se deve às mudanças éticas, históricas, morais e políticas e culturais que perpassam o humano ao longo dos tempos.
Não há certo e errado. O que diferencia uma teoria da outra é a forma como uma teoria explicita a influência, o que é privilegiado em sua explicação, e quais os elementos são os primeiros determinantes da influência em determinada cultura, o tipo dos valores do homem histórico daquele momento em uma determinada época.
Isso quer dizer que líderes não levam sempre suas influências típicas para grupos diversos, ela é um fenômeno daquele grupo onde ele se encontra. Em algumas culturas, como a militar e a indígena, os elementos de influência se apóiam sobre a hierarquia inquestionável. Já em ambientes menos autoritários, a influência precisa ser produzida.
A influência pode ser obtida por poder inquestionável (militar), por persuasão (cargos ocupados por eleição), por atração afetiva (líder carismático e namoro), por conhecimento de causa (um especialista), convenção (cargos de empresa), herdado (herdeiros de um cargo monárquico), por identificação (de valores entre líder e liderados), antiguidade (famílias da Índia) e por espiritualidade (líderes religiosos).
As Sete Dimensões da Liderança
O fenômeno da liderança acontece sobre algumas dimensões básicas que devem ser observadas por quem objetiva influenciar. Toda liderança possui essas dimensões sobre as quais operam. O que fazer em cada dimensão é o que gera o sucesso da fórmula pessoal específica daquela rede de relações.
São as sete dimensões que os líderes devem observar para desenvolver a influência e a liderança. O líder deve ter pleno conhecimento de causas e relações e mecanismos de cada uma dessas sete dimensões do fenômeno da liderança e desenvolver domínio de cada uma dessas dimensões a fim de aperfeiçoar-se.
A primeira dimensão são as habilidades psíquicas, comportamentais e sociais. Abrange as habilidades pessoais da pessoa do líder. Inteligência, perspicácia, atenção, percepção, comunicação, traquejo, versatilidade e adaptabilidade de comportamento e linguagem, congruência entre crenças e comportamentos, paixão e networking são algumas das habilidades.
Já a segunda dimensão é a da estrutura e a dinâmica da equipe de liderados. Diz respeito ao conhecimento da própria equipe de trabalho, seus anseios, objetivos, forma de pensar e trabalhar, educação, estrutura psicológica do grupo, fatores de influência que regem os processos dentro daquele grupo, competências profissionais e técnicas do grupo e etc.
A terceira é a da dimensão da cultura, dos valores e do ethos social compartilhados na instituição é uma dimensão importante. Cada ambiente institucional possui uma cultura, uma forma de interação humana e profissional ou ministerial. Os sujeitos são moldados e moldam a cultura por processos de socialização.
A quarta dimensão é a das especificidades técnicas do trabalho são fatores que possibilitam ao líder orientar-se em sua atividade técnica. É uma dimensão indispensável ao líder. Ser um expert na atividade que se situa não é o necessário, mas o líder deve saber situar-se bem dentro do ramo técnico em que atua para sustentar-se enquanto líder apoiado na influência técnica.
A dimensão do ambiente externo à instituição é a quinta dimensão e refere-se ao mercado, à localidade ou à comunidade sobre a qual se insere a instituição. Em tempos pós-modernos as instituições não são mais as suas quatro paredes. Termos como responsabilidade social e ambiental e voluntariado rondam as organizações da atualidade.
A sexta dimensão é a dos fatores contingenciais inclui elementos do ambiental e do grupal. Combatida com proatividade, que é a capacidade de intervir na realidade de maneira preventiva antes que um erro ou falta aconteça. A globalização e outros fatores que fogem ao controle do líder de manipulação, mas não de aposta e de previsão. Por isso incluído nos contingenciais.
A sétima e última é a dimensão espiritual e ética do líder. Nessa se incluem os valores pessoais, a posição ética, a sustentação de interesse genuíno pelo desenvolvimento do ser humano. É essa dimensão que sustenta a perspectiva de liderança servidora.
O Desafio Ético e Técnico da Liderança
Um primeiro desafio para o líder se situa na dimensão ética. Esta dimensão implica necessariamente o líder num comprometimento com o bem comum. Entretanto, esse bem comum deve ser - na medida do possível e da política organizacional – o resultado de um processo político democrático e participativo e resultado da confiança do grupo sobre as decisões do líder.
Um segundo desafio é o líder estudar as principais forças inseridas em cada uma dessas dimensões e realizar ajustes necessários que possibilitem o desempenho da influência específica para aquele grupo.
A liderança, portanto, não é algo que se transporta de grupo em grupo. Pode ser que algum grau de influência sim, mas o fenômeno completo deve ser desenvolvido em cada rede de relações humanas para conferir mais fidedignidade ao fato social de influenciar naquele grupo.
Portanto, ser líder é saber estar líder para irradiar a influência como finalidade desse fato social. Ser líder é saber que não se é imparcial, mas que se é parcial porque se pretende influenciar. É saber que a grande decisão ética é por que e para quê influenciar. É ter visão das necessidades e implicações dessa influência, escolhendo como posicionar-se aberta e conscientemente em prol do bem-comum. Isto é ética. O dever da liderança.
Resumos Relacionados
- Teoria Da Contingência - O Modelo De Fiedler
- Introdução A Administração - Liderança
- Liderança
- Lider Eficaz
- Gestao Parte 15
|
|