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Janela Indiscreta
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Em tempos de Big Brother 2010, nada melhor do que assistir a bons filmes. O filme “Janela Indiscreta” mostra-nos dois enredos importantes: as nuances sentimentais entre Lisa e Jeff e a dúvida sobre o que ocorreu com a mulher desaparecida. Esta trama fundamentou-se num conto de Cornell Woolrich, publicado em 1942, com o título “It Had to be murder”. Adaptada para o cinema pelo argumentista John Michael Hayes é mais uma das ótimas criações de Hitchcok. Neste filme, Hitchcok esbanja inteligência e utiliza, como uma de suas ferramentas, a hipertextualidade, dando a oportunidade ao expectador de ver-se representado em Jeff e participando das ações: quando ele olha pelas janelas dos outros apartamentos é como se nós estivéssemos bisbilhotando. O filme conta-nos a história de um fotógrafo profissional do ramo de aventuras, L. B. Jeffries (James Stewart), que vive em Greenwich Village, Nova York. Ele está temporariamente imobilizado, engessado até o quadril, em virtude de haver sofrido um acidente de trabalho, quando fotografava uma corrida de automóveis (ele foi atropelado e quebrou a perna). Jeff é ativo, pois seu trabalho como fotógrafo de situações perigosíssimas, assim o exige. Acostumado com aventuras, sente-se entediado com a demora de sua recuperação em casa, preso a uma cadeira de rodas. Homem independente, bonito, charmoso, adora aventuras; dono de uma personalidade crítica, Jeff está um pouco desiludido com a vida e as pessoas. As únicas visitas que recebe são a namorada Lisa Carol Fremont (Grace Kelly) e a enfermeira Stella (Thelma Ritter), que cuida dele. Sem ter o que fazer o dia inteiro resolve espiar de sua janela, primeiro com um binóculo e, posteriormente, com uma teleobjetiva (veja a graduação da invasão de privacidade), os apartamentos de seus vizinhos e, sem querer, acredita ter presenciado o assassinato de uma mulher, quando observava o apartamento em frente ao seu. Desconfia que o vendedor de jóias Thorwald (Raymond Burr), possa ter assassinado e esquartejado a esposa inválida, pessoa de gênio difícil, e escondido o corpo no jardim em frente ao prédio. O crime ele não viu, mas acredita que ocorreu pelos fragmentos presenciados e montados em sua mente. Não existem provas e nem testemunhas que comprovem o ato. Várias histórias, ou sub-tramas, desenrolam-se em cada janela no prédio à frente: “o casal sem filho”, “a mulher solteirona que finge ter convidados para o jantar e bebe por dois”, “o pianista embriagado que não consegue compor”, “os recém-casados em lua-de-mel que não saem do quarto, mas passam da paixão diretamente para a recriminação: "se eu soubesse que você ia largar o emprego, não teria me casado", “a beldade a procura de um amor verdadeiro”, “a bailarina que faz todas as suas atividades dançando em frente à janela, vestida, quase sempre, só de calçinha e sutiã (ela se exibe de forma inocente, buscando aprimorar sua coreografia e deixa-se cortejar por vários homens)”; “o vendedor de jóias, aparentemente pacato, que gosta de cuidar das plantas e as trata com mais carinho do que trata sua esposa (ele cuida da mulher doente e se exaspera com suas queixas intermináveis, mas transmite todo o cansaço e o desespero de um marido preso a uma mulher fraca e dependente)”. Porém o que chama a atenção de Jack é justamente o drama de Thorwald. Todos, de uma maneira ou de outra, abordam o mesmo tema de amor e dificuldades de relacionamento que afetam Kelly e Stewart. Esse painel humano é imprescindível para dar substância ao filme. É ele que dá unidade ao filme e justifica o conflito amoroso do casal protagonista. Lisa, namorada de Jeff, é uma linda mulher, loira, inocente, conservadora, rica e apaixonadíssima por ele. É ela que faz a corte ao namorado e sugere que o relacionamento tenha um caráter mais sexual. Seu maior desejo é casar-se com o fotógrafo, porém ele a recusa, por temer compromissos e por acreditar que são muito diferentes um do outro. Para mudar a opinião do namorado a seu respeito (já que não o convence pela meiguice e docilidade, tentará a aventura), a jovem e a enfermeira arriscam-se a ajudá-lo a descobrir se verdadeiramente ocorreu o crime que ele diz ter visto. Jeff vira de sua janela o cachorro de uma das vizinhas fuçando um canteiro de flores no jardim do prédio em frente ao seu apartamento. Acreditando que o corpo da vítima esteja enterrado lá, pede ajuda à Lisa. As duas (Lisa e a enfermeira) vão até ao jardim do prédio e depois ao apartamento de Lars, tentando encontrar algo que o incrimine, enquanto Jeffries fica observando-as de seu quarto, próximo à janela, bastante nervoso, pois não poderá agir se algo acontecer às duas moças. Ao voltar do covil do assassino, Lisa percebe que o namorado a fita com admiração por aquilo que ela acabara de realizar. No final da história, apesar das dificuldades enfrentadas pelas personagens para desvendarem o mistério, o casal termina junto, uma vez que ela mudou, tornando-se aventureira e independente (ela aventurou-se a investigar mais de perto as pistas do crime, invadindo o prédio e o apartamento do suspeito e mexendo em suas coisas), e isso deixou-a mais atraente ao olhos de Jeff, que agora imagina um futuro com sua amada. O crime que Jeff acreditava ter visto de fato ocorreu. A resolução da esfera do romance dá-se junto com a resolução da esfera do mistério, coincidindo no clímax e fechando a “Janela Indiscreta” de forma magistral.



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