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Budapeste
(Chico Buarque)

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A primeira sensação que temos quando se começa a ler este livro é de estranheza em relação à língua. Pode parecer estranho sendo o livro escrito em português, no entanto facilmente se percebe que aquela não é a nossa língua. Podemos afirmar que no Brasil se fala português, e até pode ser verdade no seu meio oral, mas na escrita essa diferença do português de Portugal e português do Brasil transforma-se em algo muito mais complexo do que se pode imaginar. Pode-se perceber o seu significado perfeitamente mas o seu sentido e intenção própria do autor perde-se pelo caminho assim como se perde num livro traduzido, por muito boa que seja a tradução. Dito isto pode-se dizer que o livro estranha-se mas não se entranha (em bom português). Pode-se afirmar que a narrativa deste livro o tudo menos subjectiva, no sentido em que não parece ser escrita por apenas um sujeito, mas sim fragmentada em diferentes personalidades consoante as circunstâncias das personagens. A narrativa não é linear e parece simplesmente uma sucessão de factos descritos pelo personagem principal que vão surgindo como que por acaso. José Costa é o personagem-principal/narrador/protagonista que nos vai apresentando a sua vida na primeira pessoa. É um escritor-fantasma que escreve aquilo que outros gostariam de escrever e não sabem, e por isso requisitam os seus serviços. Escreve artigos de jornal, discursos de pessoas famosas, autobiografias, enfim, tudo o que for necessário. Denomina-se um escritor anónimo, e escreve aquilo que outros depois assinam. A sua vida é dividida entre o Rio de Janeiro e Budapeste, cidade pela qual se apaixona após ter feito escala quando regressava de um congresso de escritores anónimos em Istambul. Aí tem o primeiro contacto com a língua magiar pela qual se apaixona e onde conhece Kriska que se torna sua professora privada. O resto pode-se resumir num vai e vem de viagens entre as duas cidades. No Rio de Janeiro, de marido de Vanda e em Budapeste como amante de Kriska. Pelo meio surgem perturbações com o facto de não conseguir ter relação com o filho Joaquinzinho que não acrescentam nada ao enredo. A história parece narrar o conflito do autor no momento em que escrevia o livro, uma autobiografia do próprio livro. Um escritor falhado que escreve para outros. Parece uma pescadinha de rabo na boca, que se confirma no final com o livro “O Naufrágio” que não sendo escrito pelo narrador acaba por ficar conhecido como seu autor e começa tal e qual como começa este livro, Budapeste.Ficamos com a ideia que o livro tem duas histórias separadas e não sabendo por qual optar o autor resolveu transformar numa só, facto que não beneficia em nada a narrativa e a transforma num livro simplista, sem imagens e sem emoções, retirado a ferros de uma imaginação pouco dada à prosa, com soluções muito óbvias procurando sempre a saída mais simples na resolução dos conflitos das personagens. Passa rapidamente de uma situação para outra, sem contextualizar. Da situação presente para o passado ou para situações futuras. A título de exemplo surge uma situação já ao fim do dia na qual José Costa encontra-se cego. No momento não sabe ao que se deve e se será passageira ou prolongada e a única coisa em que pensa é se Vanda estará ao seu lado para o proteger e acompanhar ou se compra um cão, e adia o que fazer para o dia seguinte. É impensável que numa situação de crise como esta uma pessoa vá deixar para o dia seguinte a resolução desta situação e se deixe adormecer tranquilamente. Isto nem em ficção. Fica o registo de um livro penoso de ler onde as personagens morrem assim que lemos a última página do livro.



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