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O curioso caso de Benjamin Button
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Não é o curioso caso de Benjamin Button que é curioso. Curioso é o falso entendimento de uma frase de Mark Twain: “ a vida seria infinitamente mais feliz se pudéssemos nascer aos 80 anos e gradualmente chegar aos 18...”uma metáfora melancólica de um velho, também incompreensível...

_ Que tédio nascer com toda uma história e ir descartando-a ao longo da vida...mas será que Twain pensou somente no mental?


Mark Twain foi lido por Francis S. Fitzerard, que interpretou a frase ao pé da letra e fez um conto: uma criatura nasce velha e rejuvenesce. Li o conto. Falo do filme. Mas o equívoco começou no conto. Benjamim nasce com estatura de um velho, falando e sai do hospital, andando, com roupa de adulto. Seu nascimento vai contra todas as leis da natureza e da física. Como essa mãe conseguiu parir um velho, e não morreu! Bem, é ficção! Mas...a natureza grita.


Uma obra de ficção tem seu próprio universo, independe da realidade, mas tem regras, e a básica é verossimilhança dentro da própria obra. É vital que o espectador suspenda voluntariamente a descrença e acredite no universo do filme. Acreditar no quê? E a inverossimilhança projeta-se ao longo do filme. Assim, temos uma criança que nasce velha, feia, enrugada, com catarata e artrite. A mente? A de uma criança. Um cérebro e um corpo dissociados. Cada um numa direção. Em algum ponto...? a mente começa a rejuvenescer ...mas a mente era de criança ( que deveria morrer velha)... Bem, não é bem isto que acontece! Não se observa um corpo de criança com mente de velho! Mas até lá... temos de aceitar um velho brincando com uma menina de sete anos, como se ele tivesse sete anos! Darwin me ajude!


Um fenômeno, completamente anormal, não resulta em confronto nem em curiosidade na sociedade da época, nem especificamente na comunidade médica. Não há nenhuma confrontação. Não há ação dramática. É uma aceitação total, traduzida em poucos diálogos ( para justificar as imagens). Não temos conflito. Temos um personagem grotesco, com um corpo de velho e com uma cabeça de ator implantada! Um personagem sem conflito, numa situação absurda, que quer se fazer por normal. A inauguração de um relógio, construído por um relojoeiro , que funciona ao contrário_ (para trazer de volta um filho que morreu)_ é a imagem e o conceito que pretendem justificar Benjamin!_ mas que não tem nada a ver com este. A cena do relógio, outro absurdo _ que impõe muitas questões: se o relógio parasse, pararia a vida de Benjamin? Deixa prá lá...


As frases-clichês são introduzidas nos diálogos , como para justificar alguma ação dramática que não há. “ Somos predestinados a perder as pessoas que amamos...” “ Não fique chateado. No fim, todos nós acabamos de fraldas.” , soam vazias. Toda a ação dramática é gerada por um conflito. O personagem não tem! Sua condição não o afeta! É totalmente passivo. Não há antagonista. E não adianta forçar a barra para transformar o tempo em antagonista. Para preencher as lacunas diversas, inventam-se peripécias, com intenção de marcar o tempo que passa (daí o enxerto de cenas inspiradas em Forrest Gump); inventam-se um acúmulo despropositado de detalhes e situações para disfarçar a falta de um antagonista; não há preparação para revelações ( o pai simplesmente aparece e se revela seu pai, deixando-lhe a fortuna, que supre, na mente do diretor, a falta de capacidade de Benjamin para ter seu sustento_ “Deus ex-machina”.


A “história” é narrada em primeira pessoa, através de um diário de Benjamin . No entanto, são enxertadas uma série de cenas, que explicam o nascimento de Benjamin, ou explicam o acidente de Daisy_como ele sabia? Aliás, essa série de cenas foram as únicas interessantes. Mas destoantes.


Enfim, um filme tedioso, sem linha de ação, uma simples narração de um caso absurdo ( porque o filme o transformou assim), um filme que não deu certo. Nem dá para fazer- de- conta.
E com treze indicações para o Oscar!



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