Obsolescencia DE ESTILO
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Durante a fase do capitalismo industrial houve o surgimento de grandes fábricas, caracterizadas pela busca do total controle das etapas, tempos e métodos de produção. De maneira análoga, algum tempo depois, buscou-se o domínio e o controle dos processos relativos à garantia da qualidade, que estava relacionada na época às condicionantes que proporcionavam a durabilidade dos produtos manufaturados.
Já na fase do capitalismo pós-industrial, à partir da segunda metade do século XX, prevaleceu a supremacia do capital financeiro, a alta rotatividade da mão-de-obra, a fragmentação e a dispersão geográfica da produção econômica. Surgiram então os produtos descartáveis, a obsolescência vertiginosa de tudo, inclusive das qualificações para o trabalho. O que antes era relativamente permanente passou a ser transitório, efêmero, fugaz. Surgiu o desemprego estrutural, fruto dentre outros fatores do desenvolvimento de novas tecnologias, da automação industrial, bancária, comercial, e da rotatividade da mão-de-obra que se tornou de um instante para outro desqualificada para as necessidades do “novo trabalho”.
A obsolescência programada de estilo está relacionada fortemente com a predominância da cultura da produção e do incentivo ao consumo insaciável e contínuo, sempre crescente. Essa estratégia, fundamentada sob os aspectos das racionalidades econômica e tecnológica, estimula a progressiva desatualização e o descarte de tudo: automóveis, móveis, eletrodomésticos, eletrônicos, utensílios, relógios, serviços, idéias, serviços profissionais e outros.
É perceptível que, sob o discurso da inovação, algumas empresas têm conjugado as estratégias de obsolescência técnica e física para atender suas próprias necessidades de curto prazo em detrimento das necessidades dos consumidores, da sociedade e do ambiente.
Porém, dentre as obsolescências técnica, física e de estilo, esta última é provavelmente a forma mais criticada. A cultura do consumo nem sempre vive numa perpétua geração de novidades. Coisas, idéias, processos, filosofias, muitas vezes recicladas ou com retoques estéticos ou de abordagem são apresentadas como novas, a última moda, a coqueluche ou a febre do momento.
A urgência desvairada em produzir novas séries de produtos, processos ou serviços que cada vez mais pareçam novidades, em uma freqüência cada vez maior, ou seja, em intervalos de tempo cada vez menores, atribui uma função cada vez mais importante à estética e à experimentação. As pessoas são induzidas a comprar o que a televisão transforma em moda, o que elas veem principalmente na novela, nos filmes e nos spams disparados freneticamente por meio da internet.
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