Abafa E REZA
(NELSON PASCARELLI FILHO)
Calor infernal, tão fevereiro; as orquestras se encontraram na praça central e subitamente os músicos tocaram o “frevo-abafa”, sem respeitar andamentos e dinâmicas; o som ensurdecedor e rápido enlouquecia as dançarinas de pernas grossas e ancas fartas que dançaram zigazeando alegremente no meio da multidão multicolorida e batizada com o suor carnavalesco: Olinda! Eu sonhava amar todas as dançarinas e brincar de brincar até morrer! Quisera que a minha única responsabilidade fosse “frevear” sem errar o passo e deixar a fantasia sempre linda! Mas eu tinha pai e mãe a cuidar, velhice que não se acaba, e pelo bem deles e da minh’alma, resolvi ser funcionário público, daqueles cujos erros são encobertos por amigos fieis. Ninguém é feliz impunemente e as chagas de Cristo continuam sempre vivas.Calor infernal, tão fevereiro... Olinda!Abafa desideratos e reza em silêncio.
Resumos Relacionados
- A Guerra Dos Mascates
- A Guerra Dos Mascates
- A Guerra Dos Mascates
- A Guerra Dos Mascates
- A Guerra Dos Mascates
|
|