O sétimo selo
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O filme se passa em uma época de transição entre o feudalismo e o capitalismo. Nesse período, a fome se alastrava por entre os campos, juntamente com a peste negra. Com o aumento da população, houve a necessidade de se aumentar a produção alimentícia e, consequentemente, de mão-de-obra. A precariedade das condições de vida naquele tempo era, sem dúvida, extremamente decadente. As guerras também colaboravam para esses sucessivos acontecimentos dentro da sociedade européia. A guerra dos cem anos teve importante papel, já que pela resistência francesa e pelo grande poderio inglês, ela se estendeu por um longo período de tempo, resultando em fracasso econômico, político e social. Além disso, foram datadas vastas mudanças nas sociedades da época. A religião abriu novas questões com a Reforma protestante de Martinho Lutero. A inquisição ,que se fazia centralizada e poderosa diante de uma população cega e sem pensamento crítico, tinha papel de “Deus”, como julgadora e arrebatadora de pecados.
A primeira cena do filme é um céu com muitas nuvens e um ponto de luz forte comparando às questões divinas. Após voltar das cruzadas com seu escudeiro, Antonius Block, personagem central da trama, se depara com a morte, que pretende levá-lo, visto o fim do seu tempo na terra. No entanto, ela é desafiada pelo cavaleiro para uma partida de xadrez em troca de mais tempo de vida. O seu objetivo não é adiar mais o dia de sua morte simplesmente, mas tentar buscar respostas sobre a existência de Deus, ter garantias da sua divindade e receber real conhecimento, e não apenas fé.
Entre intervalos da partida, Antonius encontra companheiros que o acompanham em viagem. Nessa aventura, eles se vêem diante dos problemas mais pertinentes da época: a peste, a miséria, a dependência religiosa e a guerra. O medo do fim amedrontava toda a população. As pessoas achavam que a peste era o castigo divino para o pecado humano.
A decisão para o “sétimo selo” veio a partir da ideia de que, naquela sociedade, os outros selos já haviam sido abertos para o surgimento dos quatro cavaleiros do apocalipse. Esses cavaleiros seriam exatamente os elementos metafóricos para a fome, a peste, a guerra e a morte, como já mencionado.
Antonius percebe a dificuldade de uma resposta divina, e questiona-se por que Ele não o faz, por que Deus não atende as suas dúvidas e incertezas da vida. Procura pelo demônio, por julgar saber este, mais sobre as questões existenciais do que o próprio Deus. No entanto, o temor pelo desconhecido não cai apenas sobre o cavaleiro. Esse elemento reaparece durante toda a apresentação do filme. Desde o artista que morre na floresta estranhamente ou as pessoas empesteadas pela “maldição” divina. A própria Igreja julga as pessoas por seus atos (pecados), acusa e age apenas “em nome de Deus”. A única pessoa que parece não ser atingida com a questão é o escudeiro. Para ele sobrará a carne e o osso depois da morte, e a despreza, assim como ri do nome do Salvador.
A cena em que a suposta bruxa é condenada, o cavaleiro questiona-se sobre o que acontecerá com ela depois da morte. Quem estará com ela, se alguém estará com ela ou se simplesmente resistirá sozinha para o fim ou se adianta dedicar e se sacrificar pelo Senhor e acabar morrendo na solidão, sem alento ou salvação.
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