Influências históricas na administração
(Tompereira)
Desde os tempos da Antigüidade a administração recebeu influência da filosofia. Antes de Cristo, o filósofo grego Sócrates, em sua discussão com Nicomaquis, expõe o seu ponto de vista sobre a administração: Sobre qualquer coisa que um homem possa presidir, ele será, se souber do que precisa e se for capaz de provê-lo, um bom presidente, quer tenha a direção de um coro, uma família, uma cidade ou um exército. Platão, Também filósofo grego, discípulo de Sócrates, preocupou-se profundamente com os problemas políticos inerentes ao desenvolvimento social e cultural do povo grego. Em sua obra, A República, expõe o seu ponto de vista sobre a forma democrática de governo e de administração dos negócios públicos. Aristóteles, também filósofo grego, discípulo de Platão, foi o criador da Lógica. No seu livro política, estuda a organização do Estado e distingue três formas de Administração pública: Monarquia, Aristocracia e democracia. Francis Bacon, filósofo e estadista inglês, considerado o fundador da Lógica Moderna, baseada no método experimental e indutivo. Antecipou-se ao princípio conhecido em Administração como, principio da prevalência do principal sobre o acessório. René Descartes, um filósofo, matemático e físico francês, em seu livro O Discurso do Método, qual descreve os preceitos do seu método filosófico, hoje denominado o método cartesiano, que serviu de fundamento para a tradição cientifica do ocidente. Veremos mais tarde que vários princípios da moderna administração, como os da divisão do trabalho, da ordem, do controle etc. estão basicamente contidos nos princípios cartesianos. Thomas Hobbes, desenvolveu a teoria da origem contratualista do estado, segundo o qual o homem primitivo, vivendo em estado selvagem, passou lentamente à vida social, através de um pacto entre todos. O homem primitivo era um ser anti-social por definição, vivendo em guerra permanente com o próximo. O Estado viria a ser, portanto, a inevitável resultante da questão, impondo a ordem e organizando a vida social, qual um Leviatã. Jean-Jacques Rousseau, desenvolveu a teoria do Contrato Social: O Estado surge de um acordo de vontades. Kal Marx, e seu parceiro Friedrich Engels, propõem uma teoria da origem econômica do Estado. O surgimento do poder político e do Estado nada mais é do que o fruto da dominação econômica do homem pelo homem. Ao longo dos séculos, a Igreja Católica foi estruturando sua organização, sua hierarquia de autoridade, seu estado-maior, assessoria, e sua coordenação funcional. Hoje a Igreja tem uma organização hierárquica tão simples e eficiente que a sua enorme organização mundial pode operar satisfatoriamente sob o comando de uma só cabeça executiva. De qualquer forma, a estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para muitas organizações que, ávidas de experiências bem sucedidas, passaram a incorporar uma infinidade de princípios e normas administrativas utilizadas na Igreja Católica. Influência do Exercito. A organização linear, tem suas origens na organização militar dos exércitos da Antigüidade e da época medieval. O principio da unidade de comando também. A escala de níveis de comando de acordo com o grau de autoridade e responsabilidade correspondente é tipicamente um aspecto da organização militar. Uma Outra contribuição da organização é o princípio da direção, através do qual todo soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e aquilo que ele deve fazer. No início do século XIX, Carl von Clausewitz, general prussiano, escreveu um Tratado sobre a Guerra e os Princípios de Guerra, sugerindo como administrar os exércitos em períodos de guerra. Foi o grande inspirador de muitos teóricos da Administração que posteriormente se basearam na organização e estratégia militares para adaptá-las à organização e estratégia industriais. Clausewitz considerava a disciplina como um requisito básico para uma boa organização. As decisões devem basear-se na probabilidade e não apenas na necessidade lógica. O administrador deve aceitar a incerteza e planejar de maneira a poder minimizar essa incerteza. Influência do período chamado de Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e rapidamente se alastrou por todo o mundo civilizado. A segunda fase da revolução industrial a partir de 1860 apresenta as seguintes características: A substituição do Ferro pelo Aço. A substituição do Vapor pela Eletricidade. O crescente domínio da industria pela ciência. O desenvolvimento de novas formas de organização capitalista: A dominação da indústria pelas inversões bancárias e instituições financeiras e de crédito. A formação de imensas acumulações de capital, provenientes de trustes e fusões de empresas. A separação entre a propriedade particular e a direção das empresas, o desenvolvimento das holding companies. A expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental, e até o Extremo Oriente. Influencia dos Economistas Liberais Adam Smith, visualizava o principio da especialização dos operários em uma manufatura de agulhas e já enfatizava a necessidade de racionalizar a produção. O principio da especialização e o princípio da divisão do trabalho aparecem em referencias em seu livro Da Riqueza das Nações. Adam Smith reforçou bastante a importância do planejamento e da organização dentro das funções da Administração. David Ricardo, publica seu livro Princípios de Economia Política e Tributação, no qual aborda trabalho, capital, salário, renda, produção, preços e mercados.
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