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Desenvolvendo CONFIANÇA E SOLIDARIEDADE:
(Paul Singer)

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Confiança é algo que se deposita em alguma pessoa ou conjunto de pessoas: direção
partidária, governo, time de futebol etc.. A confiança em alguém se desenvolve à medida
que conhecemos a pessoa o bastante para poder prever suas atitudes em diferentes
circunstâncias. Confiar vem de fiar, crer e tem, sem dúvida, sentido positivo.
Depositamos confiança em certos indivíduos porque achamos que sabemos que agirão
de forma favorável a nós, quando a ocasião ou a necessidade ocorrer. Na vida econômica, a confiança que se desenvolve entre pessoas é um ingrediente essencial ao relacionamento entre elas.É racional supor que a confiança se desenvolve a partir do conhecimento direto,pessoal entre os indivíduos. Mas, isso se aplica cada vez menos no mundo atual, onde o contato múltiplo e veloz entre inúmeras pessoas – muitas vezes desconhecidas entre si é essencial a qualquer um que queira aproveitar as oportunidades que o mercado mundial globalizado oferece. Fazem-se transações pela internet com virtuais desconhecidos, pagando-as mediante o envio do número do cartão de crédito. Comércio a distância, assim como transações financeiras e de muitas outras espécies a distância não dispensam a confiança, mas esta se desenvolve mediante o conhecimento de instituições – agências de viagens, bancos, provedores de ensino a distância, de executivos, de babás etc. e não das pessoas de carne e osso que agem em nome delas. A solidariedade é um sentimento de identificação com um outro, que pode chegar a ponto de fundir subjetivamente “num só” pessoas e agrupamentos interligados por ela. É um sentimento que motiva comportamentos solidários, ou seja, ações de ajuda e apoio recíprocas. A solidariedade-sentimento origina a solidariedade-ação e é esta última que tem significado político, social e econômico. Neste mundo neo-clássico, que fundamenta as políticas econômicas ortodoxas, o futuro torna-se previsível, isto é, qualquer que seja a previsão que os atores façam (todos tendo as mesmas informações e sendo racionais só podem fazer previsões idênticas), ela se realizará. O que significa que cada ator pode confiar nos outros, pois os comportamentos de todos sempre correspondem ao que deles se espera. No mundo real, a dotação de recursos dos atores é tão desigual que os divide em classes sociais distintas: capitalistas e trabalhadores. Capitalistas têm meios de produção, o que lhes permite contratar atores que só dispõem de alguma capacidade de trabalho. Os capitalistas recebem lucros e em geral logram acumular parte deles, o que lhes permite, na rodada seguinte, contratar mais trabalhadores, de modo que a economia jamais entra em equilíbrio, pois a acumulação muda, a cada rodada, a dotação de recursos e a distribuição da mesma entre os atores.
O mercado financeiro capitalista é muito peculiar. Nele se formam as expectativas, que servem de base à definição dos valores futuros que governarão as decisões de investimento dos valores presentes, depositados nos bancos e demais intermediários
financeiros. As regras, que devem tornar o mercado competitivo, mandam que os agentes não combinem entre si que ativos colocarão à venda e que ativos irão comprar. Se tais regras não forem obedecidas, o mercado pode ser dominado pelos agentes, que combinarem entre si suas ações, impondo perdas aos agentes que se mantiverem independentes. Isso se aplica a todos os mercados, não só aos financeiros. Em mercados mais competitivos, com numerosos agentes, alianças entre alguns deles são praticamente impossíveis de detectar. Existem instituições financeiras totalmente transparentes porque são de propriedade de seus clientes. São as cooperativas de crédito, inventadas em meados do século XIX para artesãos e camponeses, gente pobre e que normalmente não tem acesso a crédito bancário. No campo do combate à pobreza, abre-se um campo muito amplo de colaboração entre os bancos públicos de fomento e as finanças solidárias. Os programas de renda mínima são normalmente executados por bancos públicos, aos quais falta no entanto capilaridade, ou seja, contato com os beneficiários destes programas. No caso do Brasil, a quase totalidade dos que recebem bolsas e outros auxílios, até recentemente não podia abrir contas nos bancos1 que lhes encaminham o rendimento e portanto continuavam sem acesso a serviços financeiros essenciais para desenvolver atividades que lhes permitam subsistir, sem continuar dependendo da assistência governamental. A solidariedade pode ser o princípio organizador de todas as facetas da economia: produção, distribuição e consumo de bens e serviços, além de seguradoras, fundos de pensão, cooperativas de crédito e bancos cooperativos Todas estas diferentes formas cooperativas ou associativas tem os mesmos princípios em comum: democracia e igualdade no exercício do poder de decisão, livre entrada e livre saída de membros da associação, transparência na gestão, autonomia e independência da entidade, provimento de educação, treinamento e informação aos membros, cooperação com outras cooperativas e promoção do desenvolvimento sustentável da comunidade de que faz parte. No capitalismo, a confiança do público nas instituições é vital para o funcionamento da economia de mercado e por isso merece cuidados especiais. Mas, a prática da solidariedade é inimiga da competição nos mercados e portanto de sua operação ideal. Instituições de defesa da concorrência têm por objetivo reforçar a confiança nos mercados e banir práticas solidárias dos mesmos, sempre vistas como visando o estabelecimento de monopólios. Apesar de todos os esforços, a solidariedade dos pobres e dos trabalhadores tem sido prática freqüente e responsável pela conquista da democracia, dos direitos sociais e da legalização dos sindicatos, o que implica a tolerância da monopolização da oferta nos mercados de trabalho.



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