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As RELAÇÕES INTERNACIONAIS E A GLOBALIZAÇÃO
(Marilza Gama)

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O fenômeno da globalização adquiriu, nas últimas décadas, dimensões cada vez mais complexas: o crescimento do comércio mundial cada vez mais se concentrou nos bens de maior valor agregado e conteúdo tecnológico; diversos segmentos da produção mundial passaram a ser executados por corporações transnacionais, dividindo o sistema produtivo pelos quatro cantos do planeta; o comércio e os investimentos privados adquiriram maior peso na economia dos países; surgiram novas formas de produção associadas à rápida incorporação dos avanços científicos ao processo laboral, com acelerado aumento da produtividade.
A queda dos custos nos setores de comunicação e transportes, bem como o desenvolvimento da informática, contribuíram para aumentar a capacidade das empresas de coordenar atividades distantes entre si. Assim, a vasta rede de transnacionais, dispondo de estrutura organizacional adequada, aporte financeiro e operando em escala mundial, vieram influenciar todo o sistema de comércio.
Essas organizações são conduzidas por métodos gerenciais mais eficientes e adotam estratégias globais de internacionalização que envolvem decisões sobre a posição da empresa face às novas oportunidades de negócios, estilo operacional, marketing e logística sofisticados, ênfase à pesquisa, desenvolvimento de novos produtos, modernização do sistema de comunicações e política de associações.
A globalização ocasionou, ainda, a redução da intervenção dos governos nas economias dos países, como conseqüência tanto do acelerado processo de inovação tecnológica e dinamismo das ações das empresas transnacionais, como pelo movimento mais fluido de bens, serviços e capitais entre elas.
Quanto aos países em desenvolvimento, devem se preocupar em proporcionar condições de competitividade que garantam o progresso das respectivas empresas nacionais, bem como o investimento das grandes corporações em seus territórios.
Os efeitos danosos apareceram: a modernização da estrutura produtiva, exigindo qualificação, impediu a geração de empregos em quantidade suficiente. O fato teve mais impacto nos países mais pobres, onde a mão-de-obra é mais desqualificada, Paralelamente, o Estado precisou sofrer uma grande reforma para desempenhar seu novo papel. Retirou-se dos negócios.
Com isso surgiu no mundo uma situação de desemprego estrutural, motivo maior das acirradas críticas ao processo global.
Sob a alegação de melhorar a qualidade de vida dos povos, parece que o mundo está criando uma máquina capaz de conduzi-lo na direção oposta. É necessário que as grandes organizações assumam sua responsabilidade ética e social e que, juntamente com os governos, partam em busca de soluções eficientes para o problema.
É necessário considerar algumas questões com relação ao comércio entre os países, a primeira é a globalização não ter atingido todos os setores da economia, uma vez que mesmo os países desenvolvidos protegem aqueles produtos que consideram sensíveis, a exemplo dos agrícolas e dos têxteis. Dessa forma, constata-se que, além de a abrangência da globalização ser ditada pelos interesses dos países mais ricos, o comércio mundial tem se afastado do princípio da liberalização que, em última instância, motivou todas as negociações multilaterais ocorridas desde a criação do GATT, em 1947
Outra questão reside na formação dos blocos regionais, tendência que, sem dúvida, teve origem na pressão exercida pela globalização. Ainda que muitos afirmem o contrário, os países aderem aos blocos regionais na busca de fortalecimento diante de um mercado internacional cada vez mais competitivo. Os governos e os organismos internacionais devem estar atentos para que as formações regionais não terminem por enfraquecer, ainda mais e de forma irrecuperável, o sistema multilateral de comércio.
O atual cenário internacional demonstra que os países mais ricos, investindo altas cifras em pesquisas e desenvolvimento de materiais, produtos, processos, técnicas, bem como na formação de especialistas, abocanham sempre a maior fatia do bolo. Aos demais resta atuar como fornecedores de bens e serviços secundários.
Se o mundo oscila entre interesses conflitantes como protecionismo e liberalismo, globalização e regionalização, a prudência recomenda que os países menos afortunados analisem detalhadamente o grau de compromisso adequado aos seus interesses, tanto imediatos quanto futuros, quando das negociações internacionais, especialmente aquelas que objetivem iniciativas regionais de grande monta como a Alca ou inter-regionais como o Acordo entre Mercosul e União Européia, de forma que possam, ao mesmo tempo, obter os benefícios da economia global e minorar seus efeitos negativos.



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