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Sociedade dos Poetas Mortos
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O filme Sociedade dos Poetas Mortos aborda as transformações pelas quais passa um grupo de estudantes de uma escola secundária americana de elite, a partir da chegada de um professor de literatura de idéias revolucionárias relacionadas à educação e à vida, e que não se enquadra no ensino tradicional da instituição em que trabalha, onde os quatro princípios básicos são: tradição, honra, disciplina e excelência.
Tais valores tomados individualmente têm sentido de valor moral ou de ideal bastante construtivo para as sociedades de um modo geral, mas que, são exaltados pela Universidade de uma forma que denota claramente a ortodoxia e a rigidez de normatização de comportamentos como ideologia pedagógica dominante e zeladora de princípios estanques e ultrapassados.
Ao trabalhar utilizando uma educação transformadora, o educador busca despertar o senso crítico dos alunos, através da vivência do conteúdo poético, abrindo espaço para o afloramento de suas criatividades e pontos de vista, muitas vezes em desacordo com as a educação tradicional de cada um, o que desencadeará conflitos dentro da Universidade e nos lares conservadores.
John Keating, vivido por Robin Williams é um visionário de atitudes transgressoras, que quebra as regras rígidas da instituição e o elo ostensivo entre os corpos dos alunos e suas carteiras ao se recusar a dar aula em uma sala fechada, onde os papéis de professor e aluno estão bem delineados pela disposição das carteiras, pelo distanciamento do conteúdo programático e o estabelecimento de limites na comunicação, ao estigmatizar a figura do mestre como detentor do saber e dos alunos como simples receptáculos de informação.
Em determinado momento da história, os alunos são estimulados a rasgarem as páginas dos livros, uma clara alusão aos valores ultrapassados e ensinamentos inúteis e metodologias arbitrárias que nada acrescentam à vida escolar do aluno e não permitem novas formas de visualizar o mundo, o acréscimo de opiniões e a atualização do conhecimento.
Entretanto, em minha opinião, a associação, no filme, de um discurso sobre a percepção da morte e a expressão “Carpe diem” com o propósito de aproximar a literatura dos interesses mais imediatos do aluno, a busca por uma educação nos limites da auto-realização é clara indução ao cultivo do ego, ao individualismo e aos valores burgueses da atualidade.
Tal discurso descarta a relação eu/outro, estimulando o indivíduo à libertação que se encerra no eu, negando a interação social como projeto político facilitador da liberdade.
A própria idéia de reuniões em caverna, propostas pelo professor, e o estabelecimento de uma sociedade secreta, a “Sociedade dos Poetas Mortos”, que tem como objetivo a leitura de poesias e o extravasamento de idéias, não é uma ameaça a um controle hegemônico ideológico, e sim uma resistência ingênua, uma pequena transgressão burguesa sem análise crítica e projeto político que a sustente.
O filme cumpre seu papel de entretenimento e levanta questões importantes sobre as ideologias institucionalizadas, o autoritarismo das idéias e a rigidez dos conteúdos programáticos. Entretanto, deixa a desejar em sua abordagem da figura do professor, que, apesar de adotar uma pedagogia libertadora, carece de discurso politizado e auto-reflexivo necessários aos alunos para combater a reabsorção pelo cotidiano de suas transgressões pueris. Recitar poemas de produção individuais é um ato de resistência estanque que não contribui para o fim de uma hegemonia dominante. É necessário que os ideais se expandam, de outra forma toda ideologia se perde em si mesma.



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