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Mentiras no divã
(IRVIN D. YALOM)

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"Mentiras no divã" é algo muito improvável para psicanalistas. A começar pelo fato de que não há mentiras em psicanálise, mas resistência ao contato com o conteúdo inconsciente, mais ou menos demorado, dependendo do real empenho de cada analisando com sua análise, com o seu desejo de desvincular-se do que lhe foi desejado por pai e mãe (ou cuidadores imediatos). O sucesso de uma análise pode ser notado quando o analisando transforma-se em seus próprios pais, assume seus desejos, porque suporta o encontro consigo e com o outro.
Mas, o que dizer das mentiras na cadeira do analista, ou seja, do outro lado do divã? Talvez o título mais apropriado fosse este. Irving D. Yalom, psiquiatra e psicanalista atuante na Califórnia (EUA), diz muito. A começar pelas histórias de abuso sexual contra pacientes, continuando pela maledicência entre colegas, como se nenhum deles tivesse vulnerabilidades, julgando e condenando seus pares, como se uns poucos tivessem mandato de deuses.
Importa nesta obra, além da história belíssima trespassada por sentimentos e emoções intensos, o desvendamento sobre o que é uma terapia psicanalítica. Há vários exemplos de terapia psicanalítica, com início, meio e fim - se bem ou mal sucedidos, é outra história. O autor discorre com leveza sobre o papel do analisando e do analista, o trabalho conjunto, a ética, a honestidade, as verdades, a crítica à pressa (terapia breve) e a sua ineficiência em termos de profundidade, o contrário do que se propõe uma boa terapia psicanalítica.
A importância dos sonhos, ponte mais direta com o inconsciente e, por isso, matéria-prima de primeira grandeza para a psicanálise. A fala e a integração com o outro em detrimento de terapias a base de medicamentos. O acolhimento, a transferência afetiva do analisando para o analista, e o reverso, a contratransferência do analista para o analisando. A delicadeza necessária no momento da interpretação, que de acordo com o teor pode ajudar muito ou acabar com o que resta do analisando - um ser que, não raro, chega à terapia em sofrimento agudo.
Em contraponto, Irvin D. Yalom destaca as ilusões de poder dos psicanalistas, normalmente considerados pelos analisandos os detentores do "suposto saber". Se, por um lado, este lugar de "suposto saber" ampara, por outro representa o perigo latente de abusos altamente prejudiciais à terapia e ao analisando. Muitas vezes, a cena torna-se irrecuperável para o analisando, como se vê na história de Yalom.
No desfecho, ironicamente, o caso de um psicanalista que se achava acima de tudo e de todos, e foi golpeado financeiramente duas vezes por um analisando psicopata. Por vergonha de expor a situação a seus colegas, dos quais um massacrado por sua ira moralizadora e outro menosprezado pela suposta capacidade aquém da sua, tal psicanalista acaba sendo "analisado" por uma advogada. Mais uma "Mentira no divã", desta vez contra o próprio feiticeiro.



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