A luz nos olhos de Apolo
(Cesar Chaves)
Com a ira de quem se sente ultrajado pela vida, Cesar Chaves entremeia a própria memória com dados bibliográficos de filósofos, poetas, escritores, pintores, escultores e outros artistas. Entre confissões belíssimas e achados originais, quase conclui. Generosamente, deixa espaços em aberto, para que o leitor vá além, torne-se interlocutor.
- Nunca ouvi nenhuma criança responder àquela pergunta dos pais (o que quer ser quando crescer?): "Escritor". Por que ninguém quer ser escritor? As crianças geralmente respondem: "Engenheiro", Médico", "Jogador de Futebol". (...) Eu me lembro bem. Sempre fui meio esquisito. Interrogado, não falava nada. Ficava abanando a cabeça. Alguns parentes me achavam retardado face à agitação e esperteza das outras crianças.
Cesar Chaves, eu diria ao escritor, a esperteza é efêmera, a inteligência, perene. Inteligência e sensibilidade marcam cada uma das 158 páginas da novela que, como diz o autor, revela dois personagens que discursam um ao outro, mas não dialogam entre si. "E, para ambos, foi concedido o mesmo número de palavras, 17.760, a fim de que suas verdades interiores viessem ao mundo sob pé de igualdade."
No concreto, nas palavras, há igualdade. E só até aí. Luana, apesar da idade contada em três décadas, é uma menina ensaiando os passos de mulher, tão perdida quanto seu Apolo. Não há diálogo, porque o medo faz com que lua e mito não se deixem tocar. Mas, a dependência está explícita. Segundo Apolo, Luana tem a pretensão de clarear-lhe a visão. E ele deseja tal luz, esquecendo-se de que o brilho da lua é uma ilusão.
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