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Se você quiser uma explicação para o fato de conhecer um amigo ou outro alguém, que tenha feito alguma coisa artisticamente importante sem que jamais o tenha tentado antes... Não complique, indique logo uma instituição espírita para essa pessoa. Não perca tempo acreditando que poderá obter uma resposta razoável noutro lugar. Todo ser humano tem sensibilidade para a arte em algum grau, todos nós temos algum tipo de subjetividade e senso estético. Estas são coisas que trazemos conosco ou recebemos geneticamente, naturalmente. Entretanto, para que possamos transmitir a outros nossa subjetividade artística, necessitamos de algum meio físico. Para que possamos fazer isso com uma expressão que nos legitime a autoria, teremos de utilizar alguma técnica capaz de produzir interação física, transformação dos materiais, e sobretudo, teremos que começar pelo início, e percorrer estágios cada vez melhores até chegar a um resultado muito bom, em que ambos revelem evolução: o artista e a sua arte.Aí está a chave que abre as portas da arte: quando nascemos sequer temos coordenação motora para comer, coisa que qualquer bicho na natureza já nasce sabendo fazer sozinho. Uma técnica de transformação (arte plástica) é resultado da prática, e isso é algo que temos de construir. Esse processo é sempre de alguma forma estruturado, tanto para a técnica em si quanto para o entendimento do que se faz. Por exemplo, primeiro entendemos palavras e só depois começamos a entender frases, para que nos façamos entender. O domínio de uma técnica artística exige um processo muito semelhante. A linguagem artística é subjetiva, mas é de fato uma linguagem, na medida em que permite transmissão de idéias e sentimentos. Uma obra artística é produto da escuridão do artista, de onde emerge. Mas a sua luz (da arte) somente terá sentido útil para a vida na escuridão do admirador, de onde ela suscitará uma interpretação, processos de identificação e de auto identificação, será encaixada (absorvida) na estrutura de idéias dele, servirá de apoio para outras idéias e, enfim, se prestará ao encadeamento evolutivo. Nossa mente funciona como um imenso arquivo de impressões sensoriais. Ninguém gosta muito de fazer exercícios de traço, por exemplo. Contudo, a cada passo (ou traço), nossa memória subconsciente não deixará escapar impressões sutis e não apenas o resultado final que se pode ver com os olhos, mas também todas as demais percepções. A força aplicada à consistência da interação, os ruídos e as exalações de aromas, nada escapará. Sem querer, passamos os dedos nos lábios e pronto, o sabor do material também ficará registrado. Com a repetição e a diversificação dos exercícios, qualquer um pode construir um arcabouço de informações sensoriais, que se constituirá na base das suas técnicas, além de facilitar muito a identificação e o desenvolvimento de técnicas novas e autênticas. Tudo isso sem prejuízo da memória psíquica e emocional, que ficará associada ao arcabouço técnico.Caso você não se sinta atraído por artes plásticas, todas as linguagens artísticas contém a mesma essência e o aprendizado de quaisquer técnicas artísticas conduzem a resultados muito semelhantes, diretos e indiretos. À medida em que os seus resultados forem aparecendo, você ganhará auto confiança e começará a tirar de dentro de você mais que produtos artísticos, de modo que possa ver-se e se reconhecer em seus ambientes físicos, e compreender uma relação entre exterior e interior. Isso fortalecerá e tornará mais autêntica a sua identidade. Outras pessoas também serão capazes de perceber isso. A música poderá preencher os ambientes com vibração sonora e emocional, a literatura nem tanto transformará ambientes físicos, porém as palavras escritas com arte têm imensos poderes, como os de adensamento, por sintetização das idéias, de prescisão, por detalhamento, ou num fluxo inverso, de amplitude de sentidos, por sua estruturação morfológica e seus desdobramentos epistemológicos. E tudo isso se resume em um poder de transformação, que se pensa exclusivamente voltado para o leitor, mas que antes transforma o próprio escritor. Bem, não se preocupe tanto com o seu amigo gênio (ou médium), que poderá ou não aceitar a sua indicação, nem perca tempo discutindo religiões. Em vez de se predispor a algum tipo de enfrentamento, faça arte. Predisponha-se a dar oportunidade à sua própria imensidão, de se revelar. O exercício regular e confortável da arte o levará a ouvir seu próprio silêncio, a manter equilíbrio da emotividade (energias interiores), a refletir sem excesso de objetividade e mais organizadamente, a desenvolver a sua capacidade de projeção mental, e fará com que o seu senso crítico seja menos instintivo ou intuitivo, além de levá-lo a outros crescimentos. Exercícios feitos disciplinada e lucidamente são o único caminho, e um bom orientador poderá encurtá-lo para você. Uma instituição poderá lhe dar um documento, que afirmará a sua freqüência e o seu aproveitamento, porém você terá que construir a sua capacidade artística, e não haverá uma relação sempre muito clara entre o seu talento efetivamente estruturado e o que se disser em tal documento. Portanto, dê à sua sensibilidade uma forma de se transformar em expressão artística, e transforme o tempo, de adversário em aliado. E certamente haverá frutos a serem colhidos desde antes do fim do caminho. Ainda que não haja no momento, um dia poderá haver ao menos uma criança em seu ambiente, observando você, com certeza sem imaginar o quanto há de se transformar. E logo o seu silêncio lhe dirá, que a idade cronológica não tem importância que valha a pena discutir.
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