Fábulas - O MEDROSO VAI Á GUERRA
(ESOPO)
Contam os tradutores de Esopo mais ou menos assim: Um homem medroso tomou suas armas e partiu pra a guerra, já que não havia mais o que fazer em sua terra. Já na saída percebeu que uns corvos pousados perto grasnaram. Desolado, depôs suas armas ao lado e assentou-se. Cessando os gritos dos abutres, levantou-se lentamente, retomou as armas e seguiu caminho. Pouco mais andou e de novo os corvos fizeram sua algaravia. Parou de novo pelo suposto mau agouro. Na terceira vez que ouviu os gritos das aves rapinantes, ele reagiu: "Podem gritar quanto quiserem, mas não vão devorar meu cadáver!" Será que a moral é essa que eles repetem? Dizem que esta fábula se aplica aos muito medrosos. ANÁLISE - Parece que a parábola é só isso... Estendendo um pouco o seu alcance, poderíamos dizer que para quem está com medo, qualquer "sinal" vai ser visto como sendo o fim, o pior, só coisas ruins. Mas, ao que parece, o medroso acabou reagindo. E jurou que os corvos não comeriam sua carne. Sendo isso, o fabulista quis dizer que até os medrosos acabam reagindo e enfrentam seus medos, não acham? Poderíamos tirar mais uma conclusão? Será que o tradutor não cortou esse pedacinho a mais, onde se deve dizer se ele seguiu para a guerra ou voltou para casa? Neste último caso, interpretemos que ele continuou entendendo o grasnar dos corvos como aviso de que morreria na guerra... ou morreria ali na estrada e seria devorado de qualquer modo? E a reação foi então de desistir de ir à guerra e também de ficar parado... Acho que a parábola é um teste ao leitor: escolha você a conclusão. Sem medo (vai em frente), com meio medo (segue e enfrenta) ou com muito medo (levanta e volta).
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