Analise dos poemas "O Muro"
(Alberto de Oliveira e Pedro Kilkerry)
Apesar das poesias serem homônimas, são concernentes de movimentos diferentes, já que uma é parnasiana e outra é simbolista. Alberto de Oliveira apresenta o Muro, como um personagem, uma coisa simples e como ele apresenta-se na realidade, sem deformá-lo pela sua maneira pessoal de ver, sentir até mesmo pensar. A descrição visual é o forte da poesia parnasiana, está visão combate o exagerado subjetivismo romântico. Considerado uns dos mais fiéis seguidores de "arte pela arte", onde acreditavam que a arte devia existir por si só, e não por subterfúgios, como o amor, por exemplo.
Podemos perceber tais características do movimento parnasiano na poesia de Alberto de Oliveira, como ritmo elegante, rimas trabalhadas e vocabulário exato, e pela preferência por estruturas fixas, deste caso o soneto. O tema trabalhado pelo autor, “O Muro” também mostra a preferência por determinados temas como Paisagens e objetos mas podendo também se usado para expressar fatos históricos. Outro fator é o emprego da linguagem figurada que é reduzido, diferente do simbolismo de O MURO Pedro Kilkerry que tem à base de metonímias e metáforas .
O simbolismo de Pedro Kilkerry em o Muro pode perceber que ele sempre cria imagens surpreendentes e trabalha esteticamente, a linguagem de modo a apenas anunciar, nunca revelar por inteiro, ou seja, o que permite ao leitor construir sua própria interpretação do texto. Sendo assim essa obra tem características de oposição ao Realismo, pois procura combater a obsessão cientificista dos realistas, através da retomada do subjetivismo e do espiritualismo características “banidas” da literatura pelo objetivismo realista.
Assim procura refletir em suas produções a consonância a estas diferentes formas de olhar sobre o mundo, de ver, e demonstrar o sentimento. Segundo Augusto de Campos “Tem Kilkerry essa qualidade rara, na poesia brasileira, que é a invulnerabilidade ao pieguismo, ao sentimentalismo, freqüentemente confundidos com a própria poesia...” e caracteriza sua obra como “Sua técnica avançada de compressões imagéticas, à base de metonímias e metáforas, seu “atonalismo” sintático, sua musicalidade agressiva e dissonante. E acima de tudo o alto grau de consciencialização da linguagem, uma intuição notável daquilo a que Décio Pigntaria denominou de “isomorfismo” em poesia (“o conflito entre fundo e forma em busca da identificação”)”
Ambas as poesias falam de um muro, porém uma das obras tem um ponto de vista um pouco ligada a descrição visual de uma visão da realidade, e outra ligada ao que o essa visão não comenta, o que seria invisível aos olhos ou diferentes formas de olhar sobre o mesmo mundo, de forma de mostra aquilo que não se vê.
Resumos Relacionados
- Simbolismo
- Eu
- A Terceira Geração Romântica
- Eu
- Eu
|
|