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A injustiça historicamente institucionalizada, aos poucos universalizou, tornou comum, o conceito de se viver e viver bem no egoísmo, no capitalismo, no hedonismo. Criou uma sociedade preocupada com a frenética busca de bens materiais, onde o armazenamento de bens e a quantidade de dinheiro contam acima de qualquer coisa. Perdeu-se o sentido humanitário, a sensibilidade aos valores, ao sofrimento do outro.
Na conservação da opressão ideológica, econômica, política e até religiosa, grupos minoritários apóiam-se em doutrinas que pregam o individualismo, reduzem o homem a condição de explorador de seus semelhantes, multiplicando para a grande maioria: a miséria, o desemprego, a fome. Condenam a grande massa a vegetar em condições indignas.
Estatísticas mostram por toda parte, fatos concretos provam diariamente que o capitalismo manobra o povo e a cada dia lança na miséria e na marginalidade um número maior de seres humanos. Sem dúvida os pobres constituem a maior parte da humanidade, a classe cujos direitos já foram teoricamente reconhecidos, mas que ainda são tratados como objeto ou instrumento do bem-estar de uns poucos.
A crítica aos ricos e poderosos, não é porque possuem bens, mas porque se apegam a eles de tal forma que privam os outros até do necessário para a vida. Que uns tenham mais e outros menos se pode admitir, mas injusto e absurdo é que uns tenham tudo e outros nada. Daí a necessidade urgente de se encontrar um equilíbrio, pois o mundo é de todos e todos devem ter o necessário para viver. Ninguém tem direito a demasia, ao excesso.
Temos a inteligência de mudar em tempo, o caminho. Sair desse sistema que não consegue responder à sede de paz e de justiça, um mundo tão precário nos seus relacionamentos que massacra a vida desse povo sofrido.
Na encruzilhada das crises e em meio a tanto ódio, rivalidades e materialismo a opção que nos abre é agarrar na solidariedade, no entusiasmo de quem acredita no amor social. Na sede de valores mais duradouros.
Vale a pena pôr-nos a caminho, no esforço coletivo e pessoal com toda boa vontade, empenhar-se decididamente e sem tréguas na implantação da justiça, neste mundo que não é só de alguns. O próprio Cristo nos confiou essa tarefa: “Daí vós mesmo de comer”. Façamos isso na alegria de servir, na partilha e na entreajuda, sem fugas e acomodações para que as desigualdades sociais desapareçam e que pão não falte mais em mesa alguma.
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