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Olhar, conhecer e intervir (conceituação filosófica)
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Desde tempos primórdios os olhos são tidos como órgãos de fundamental relevância para o ser humano. Até mesmo Platão, há dois mil e quinhentos anos antes de Cristo, em seu Mito da Caverna, identificou no olhar a possibilidade de entendimento e compreensão da realidade. Os olhos são, portanto, os sentidos dos quais a raça humana mais tem feito uso, entre todos os demais sentidos, fazendo desta forma descobertas que, sem eles, tornar-se-iam inimagináveis. O olhar tem sido usado para conhecer o mundo, juntamente com a capacidade de compreensão, intimamente relacionada com o intelecto privilegiado do homem. Antigos filósofos gregos entendiam que o conhecimento da verdade só era possível através dos sentidos, vinculado à qualidade de espantar-se perante as coisas, que para eles era o começo da sabedoria, entre estes sentidos a visão. Pitágoras, antigo filósofo e matemático mesopotâmico, defendia que ‘a verdade pertence aos deuses, mas que os homens podem chegar a conhecê-la’, através das experiências sensíveis, ou seja, através dos sentidos. Também, John Locke defendia a tomada de conhecimento pelo homem através dos sentidos, entre os mesmos, a visão. Portanto, percebemos que a visão é um sentido irremediavelmente importante para a existência do ser humano, até mesmo porque, por meio dele, a humanidade veio a conhecer a realidade existente a sua volta.
            Muitos ‘espécimes’ da raça humana vieram a conhecer a felicidade através do olhar. Por exemplo, o compositor brasileiro Antonio Carlos Jobim declarou que quando dois olhares se encontram, falam de coisas inacreditáveis. Isso porque, para o autor, a capacidade de amar depende da capacidade primária de olhar, que causa o estremecimento daqueles que amam. Há muito tempo o olhar tem sido associado à capacidade humana de agregar sentimentos como amor, alegria, paz interior, etc. Quem nunca sentiu paz interior ao contemplar uma bela paisagem? Quem nunca sentiu o coração bater mais forte ao se deparar com a pessoa pela qual nutre sentimentos românticos? Deveras o olhar tem proporcionado ao homem grandes sentimentos, alguns felizes e outros diversos.
            Alguns homens olham para o mundo com a finalidade de compreender a realidade que os cerca. Outros fecham os olhos para não vê as mazelas do mundo, mesmo mundo este que os cerca e que, irremediavelmente, faz parte de suas vidas. São completamente cegos. Não querem enxergar os problemas que os cercam, crendo numa verdade ilusória. Francis Bacon disse que todos acreditam na verdade, mas em sua própria verdade; deixando claro que a verdade não é absoluta, mas que cada pessoa tem sua própria verdade dentro de si e que, portanto, sua verdade individual para ela é imutável, absoluta, concreta, etc., conclusão a qual chega através de seu ‘olhar’ de mundo. Pode-se exemplificar essa afirmação tomando como prisma os conceitos religiosos espalhados pelo mundo. Alguns grupos religiosos têm se dirigido enfaticamente contra o terrorismo enquanto outros até mesmo o têm patrocinado. E em meio a tantas formas de ‘ver’ e ‘compreender’ o mundo, muitos atualmente têm fechado os olhos à visão crítica da realidade. Porque olhar não consiste somente em direcionar a visão aos objetos que podem ser vistos, mas principalmente vê-los realmente, como eles realmente se mostram, para que se possa conhecer, de fato, a realidade. Neste sentido poder-se-ia dizer que a cegueira física é um grande mal. Pode-se afirmar entusiasticamente que a cegueira da alma é um mal em escala ainda maior, porque não tem a sensibilidade de enxergar na vida as luzes que cintilam nem tampouco intervir e transformar a realidade social do mundo, pois olhos sem luz não podem iluminar consciências.
NOVAIS, Mauricio. Olhar, Conhecer e Intervir. Artigo Acadêmico. Itanhém,Ba, 2009.



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