Transtorno Da Personalidade Em Crianças E Adolescentes.
(KERNBERG, P. F.; WEINER A.S.; BARDENSTEIN, K.K.)
Há uma evidência cada vez maior da relação entre o paciente borderline e a ocorrência de distúrbio neurológicos, sendo que esta relação é provavelmente recorrente da alta incidência de abuso sexual, físico e/ou verbal. O modelo neurológico relaciona-se com a freqüente associação do TP borderline com um funcionamento comprometido do sistema nervoso central. Os vários déficits afetam a experiência do mundo interno e externo da criança, a construção do mundo interno de representações, o esquema de elaboração interno do self e dos outros e o seu mundo interpessoal. Esses déficits se referem à impulsividade, à baixa tolerência à frustração, ao controle sobre a cognição, à atenção, ao afeto e às funções integrativas. Eles colocam a criança em risco de um desenvolvimento de ego borderline, co-determinado por uma via orgânica. Abuso de droga, alcoolismo, comportamentos histriônicos e sociopáticos são fenômenos concomitantes nesses comportamentos. Os autores citam também que, apesar de existir evidência de herança de traços da personalidade, não há evidência de hereditariedade do TP borderline. O processo da individuação e de separação ou ameaça de perda pela retirada do amor familiar produz uma parada evolutiva no indivíduo borderline em que predominam defesas primitivas e incapacidade de adquirir constância objetal. As interações patológicas nas famílias de adolescentes borderline. Em sua pesquisa, notaram a grande incidência de identificação projetiva que, se não é necessariamente causal, contribui para manter o funcionamento borderline. Cada membro da família vê a si próprio como ?forte e autônomo?, sem necessidades de dependência, enquanto a criança em questão é percebida como fraca, vulnerável, exigente e totalmente dependente. Ou a independência e separação da família são pontos visto como fragilização dos valores da família, ou a dependência é experimentada como uma carga avassaladora e perigosa na família. Os pais, inconscientemente, percebem os movimentos independentes como rejeições hostis às suas necessidades de educação, e o apoio, como exigências No padrão geral de patologia grave as famílias de pacientes borderline têm como características mães intrusivas e dominadoras e pais hostis e distantes, sendo que as relações conjugais são predominantemente conflitivas. Os pais de pacientes borderlines contribuem para o risco de um TP borderline em seus filhos, tanto por serem passivos ou não-envolvidos como por demonstrarem rejeição hostil, um padrão comumente observado nas relações entre pai e filho ou entre mãe e filha.
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