Fantoches e suas divisões
(Isabel Andrea)
Os Fantoches dividem-se em dois grupos, os manipulados por cima e os manipulados por baixo.
Do primeiro grupo fazem parte os de varão e os de fios.
Fantoches de Varão – Têm uma haste presa na cabeça, que liga o boneco à mão do manipulador. Para ajudar a sua manipulação podem ser-lhe acrescentados fios, quase sempre em número reduzido. O tamanho dos fantoches é variável.
Na Europa existem os Sicilianos, os de Liége e os de Amiens. Em Portugal os de Santo Aleixo.
Fantoches de Fios – São articulados, comandados por fios de número variável, de comando simples ou complexo, chamado cruz, estrela ou aeroplano. A sua manipulação pode atingir uma extrema perfeição técnica. Desde a antiguidade existem referências na estatuária animada.
O segundo grupo, são fantoches de manga (ou luva), as “marotes”, os fantoches de haste, os fantoches de teclado, os fantoches dobráveis e os fantoches vivos.
Fantoches de manga (ou luva) –compostos por uma manga, cabeça e braços. É dentro da manga do tecido que é enfiada a mão do manipulador. A movimentação destes fantoches é feita pela mão.
Os principais tipos de mangas ou luvas são, na Europa, a leonesa, a italiana, a espanhola, a russa, a inglesa; essas mangas determinam posições da mão do manipulador.
Marote –São bonecas antigas armadas num pau; o corpo de pano esvoaça à volta., tem na extremidade uma cabeça coberta por capuz de diversas cores e guarnecidas de guizos, que significam a loucura. Este tipo de fantoches conhece um renascimento nas técnicas actuais. Existe uma forma de “marotte" num meio bastão, onde a mão do manipulador aparece como a mão da boneca e muitas vezes através de uma luva só com o dedo polegar.
Fantoches de haste – São construídos num pau, tendo os braços animados por varetas; conhecem múltiplas formas mais ou menos complexas; os mais célebres não são europeus, são os fantoches de teatros de Java, na Indonésia. Na Europa Serguey Oblaztsov (em Moscovo) levou muito longe este aperfeiçoamento.
Fantoches de teclado – São bonecos derivados dos precedentes e do recorte articulado, os fios que comandam todas as articulações dos braços, das pernas, e da cabeça, compreendendo às vezes a articulação da boca, e das orelhas; estão ligados quer a teclas fixadas na base da haste, quer a um teclado colocado também na base.
Fantoches dobráveis - O corpo pode movimentar-se através de dobradiças. Encontra a posição primitiva por meio de pequenos elásticos ou molas
Fantoches vivos – São fantoches cujo corpo é fixado no do manipulador ( Esta técnica foi utilizada por George Lafaye, em França e pelos Marionetas de São Lourenço e o Diabo, em Portugal).
À parte desta classificação, encontra-se ainda o fantoche de tabuinha, - que ficando no chão preso a uma tábua é movimentado através de um fio atado à perna do manipulador enquanto este tocava flauta ou trauteava em voz falsete algumas cantigas ou frases inventadas para atrair publico, foi utilizado no teatro de fantoches de rua para chamamentos ao espectáculo do momento.
Existe também o Teatro de sombras, que é composto de silhuetas recortadas em madeira, cartão, tela, metal, ou outros materiais que vão deslizando ao longo de uma tela e articulados, sendo a sua manipulação feita através de fios ou de varinhas.O seu aparecimento na tela é proporcionado por um projector luminoso situado por trás dos bonecos que assegura o seu efeito visual.Os mais célebres espectáculos de Teatro de Sombras da Europa foram ou são o teatro Karaghiosis, nome do seu herói principal, nascido na Turquia, implantando-se mais tarde na Grécia; as suas sombras transparentes são coloridas e animadas com a ajuda de varinhas perpendiculares à tela .O teatro de Séraphin, dos finais do século XVIII, o teatro do “Chat-Noir”,ambos franceses,sendo este último de finais do século XIX, e mais recentes, as investigações e as realizações de escolas e formações contribuíram para um aperfeiçoamento desta técnica. Em muitos teatros actuais, as sombras são utilizadas como detalhes cenográficos complementares, quer sob a forma de cenários projectados, quer para representar multidões ou mostrar certos papeis distanciados em relação às personagens em volume.
Existem também, as silhuetas recortadas, animadas sem ser por aparecimento da projecção na tela: o teatro dos Pupazzi de Lemercier de Neuville, em França no século XIX, em vésperas da 2ª. guerra mundial, o “Teatro do Arco Íris” de Cézar Blattner, e, mais recentemente uma interpretação dessa técnica: o teatro de pepel de Yves Joly, em França.
Dos espectáculos ao ar livre aos espectáculos de salão, os fantoches oferecem todas as variedades cenográficas possíveis, desde a animação à escala das procissões ou dos templos até àquela minimizada dos“castelinhos de mesa”.Mas a característica dominante das representações de fantoches consiste, na sua tradição ambulante, que se prolonga ainda nas escolas.São reduzidos ao volume cénico que obedece a três imperativos: ser desmontável, para ficar transportável e montável em qualquer local.
Os fantoches de fios e de varão utilizam a/as ponte/s, galeria/ sobre a qual estão empoleirados os manipuladores, a sua altura varia na razão do comprimento dos fios ou do varão; os fantoches são animados ao nível do chão num estrado normal; elementos construídos delimitam um volume cénico reduzido. No seu interior, encontram-se, diferentes planos e adornos de cenários comuns.
Os fantoches de luva e, de uma maneira geral, as técnicas de animação “por baixo” utilizam um volume de cena limitado por um biombo plano ou uma espécie de caixa envolta em panos, escondendo os manipuladores.
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