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Fábulas - GAIO POR UM FIO
(ESOPO)

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Era uma vez um Gaio novato que não ouvia as recomendações de sua mãe. Assim começavam sempre todas as fábulas. A mamãe era a GAIA, por certo. Na lição não havia nada de gaiato. O peralta desafiava as armadilhas que os homens faziam aos pássaros. Tanto desafiou tentando desarmar as arapucas, que um dia caiu em uma delas. O caçador, achando que não lhe servia de almoço, amarrou um fio em sua perna e o deu para seu filhinho brincar. Um dia em que o seu guarda mirim se distraiu, o Gaio fugiu para a floresta. Ao chegar a umas espinheiras, o fio se enrolou nas sarças e ele não conseguiu soltar-se, nem a dona Gaia podia fazer nada. "Pobre de mim! Lamenta-se o gaio arteiro. Perdi a liberdade por ser teimoso. Tentei recuperá-la sem reconhecer meus erros e agora perderei minha vida como castigo". ANÁLISE - Os fabulistas se contentam com essa conclusão do próprio castigado. Porém, estamos aí com algo muito mais sério. Se não prestarmos atenção, deixaremos de entender o lado escondido da parábola. A mãe Gaia (GEA = Terra) é a mãe de todos os inexperientes Gaios de todo o Planeta. Algo fica escondido nas Sombras, traçando os caminhos retilíneos entre "sugerir" as traquinadas, o sugestionado cair nas armadilhas, tentar escapar e ficar presos por um fio, assim caídos em cilada ainda maior, e ainda as Sombras completam sua safadeza fazendo o próprio inocente Gaio inexperiente achar que houve um castigo merecido!



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