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Paixão-Pesquisa: encontro com o “Fantasminha Camarada”
(Maria Luiza Cardinale Baptista)

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Existem diversos desafios no cotidiano da pesquisa. Segundo a autora, nós estamos vivendo em uma crise de paradigmas onde diversos textos tentam apontar o paradigma considerado mais correto. Porém, a autora discorda dessa idéia. Ela acredita que esse problema de encontrar “o” paradigma não é tão importante quanto a compreensão de que a crise está relacionada com os modelos rígidos que o cientista deve seguir.
As novas tecnologias comunicacionais possibilitaram o acesso às informações em maior quantidade e em menor espaço de tempo e a grande dificuldade hoje é conseguir processar tudo o que conseguimos acessar. A trama de informações é muito complexa. Essa gama de informações resulta em visões múltiplas do real e do saber. A superficialidade, característica do pós-moderno, contaminou o meio acadêmico, fazendo com que professores-pesquisadores defendessem pesquisas com pouco detalhamento, para que sejam feitas com maior rapidez e poucos gastos. A professora acredita que é necessário um aprofundamento no assunto estudado. Não que seja algo abstrato, mas conectado à vivência, ao real.
O aluno que os professores pretendem como produtor vive com a trama comunicacional, que interfere em sua forma de viver e de ser. Segundo Maria Luiza, o desafio diante dessa comunicação das baratas-tontas é desencadear no aluno um gosto pela pesquisa. A professora acredita que a pesquisa possibilita um encontro com outros universos, com o desconhecido, o que ela chama de o “Fantasminha Camarada”. Ela cita Guattari ao dizer que para que o aluno se interesse pela pesquisa é preciso que algo o toque em particular e estabeleça um laço.
A professora afirma que os educadores não devem considerar o TCC como um fantasma ou como um produto que deve seguir certas regras para se adequar e ser considerado científico. Ela defende o objeto paixão-pesquisa porque acredita que numa investigação cientifica é necessário o gozo e a impetuosidade da paixão. Os alunos precisam considerar o TCC não como um fantasma, como ele é colocado pelos professores, mas como o “Fantasminha Camarada”, que possibilita o encontro com o desconhecido, com o mundo dos mistérios, ajudando a superar o medo do novo. A professora defende que o conhecimento não é perfeito, e que alguns educadores ainda defendem a lógica cartesiana-mecanicista-reducionista do saber achando que estão fazendo o melhor para o aluno.
Dois conceitos da psicologia ajudam a entender alguns métodos utilizados por alguns educadores. Baseada em Lacan, na teoria de que o homem deseja porque constata a falta, os seus limites, a professora diz que alguns professores antes de tudo apontam os erros dos alunos, alguns até fazem isso com satisfação. Para Guattari, também citado pela pesquisadora, o desejo não surge só da falta, mas também da possibilidade de preenchimento dessa falta. Baseado nisso, o aluno precisa se perceber como alguém que pode e que é capaz. Ele deve buscar sempre o melhor possível. Também o professor deve extrair do aluno o seu melhor, mas sempre respeitando o seu potencial e o que ele é. Uma pesquisa é um jogo com múltiplas escolhas. Alguns pesquisadores, ao avaliarem um trabalho pronto, podem achar outras tantas opções e considerá-las mais “verdadeiras”. O fato é que não existe uma escolha mais correta que outra. Até mesmo a ciência hoje já compreende que não existe A Verdade.
Segundo Maria Luiza, não há como os educadores acharem que sabem “o” método correto, “o” caminho certo, porque mesmo que lessem todos os textos de metodologia constatariam que existem muitas controvérsias e nenhum consenso.
A compreensão de teóricos como os biólogos organísmicos, psicólogos da Gestalt e ecologistas, além do avanço na Física Quântica, fizeram com que, ao longo deste século, a visão sistêmica fosse se conformando e a visão mecanicista-cartesiana-reducionista fosse questionada.
O pensamento complexo de Edgar Morin afirma que a complexidade pode ser pensada a partir de três princípios: o diálogo (ordem e desordem podem dialogar e produzir organização e complexidade); a recursão organizacional (metáfora do redemoinho, onde tudo o que é produzido volta sobre o que produziu) e o princípio hologramático (relação entre as partes e o todo, onde o todo contém as partes e as partes contêm o todo).
A autora considera a pós-modernidade um “vespeiro teórico”. Ela cheia de contradições e incoerências e é caracterizada por uma grande valorização do saber, onde quem é mais reconhecido no mundo acadêmico possui maior status. Na Modernidade o saber sustenta e é sustentado pelo poder econômico e político. O pós-moderno veio para discutir essa forma de saber e abalou os pilares da racionalidade. Na Modernidade o homem pensava que era poderoso porque podia construir maquinas, dominar a natureza e produzir saber. Mas esse mesmo homem se deparou com crises de reconhecimento, de relacionamento, etc...
Muitos criticaram o pós-moderno por causa de sua negação exacerbada de tudo que era moderno. O movimento pós-moderno possui muitas faces e a autora afirma que para trabalhar com ele é preciso que se pense os pressupostos que ele traz, que são uma visão da ciência diferente da visão moderna.
O pensamento teórico contemporâneo se desloca para uma visão mais complexa, baseada no pós-moderno.



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