A RAPOSA E O CARANGUEJO - fábulas
(ESOPO)
Contam os fabulistas que: Caranguejando em direção atravessada, o octópodo queratinoso atravessou o mangue e saiu ao campo aberto. Foi visto por uma Raposa faminta. Na falta de um gordo galináceo, meteu-lhe os dentes, de modo que “era uma vez um pobre Caranguejo distraído!” Lamenta-se ele ao ver-se perdido: “Triste fim, porém, merecido, tive eu por querer deixar meu ambiente de areias e águas do mar, para viver na terra que não conheço”. Concluem os intérpretes que esta parábola serve para aqueles que não conhecem um negócio e por isso terão somente desastres ao querer mudar para o desconhecido. ANÁLISE – Se aceitamos que é essa a conclusão, ainda devemos perguntar se a voz das Sombras é quem conta a fábula para que todos fiquem imobilizados onde estão. Era assim que agiam os donos dos Escravos, sempre contando terror sobre o mundo de lá de fora: “Aqui na Senzala você está protegido! Capatazes e Capitães de Mato estão protegendo vocês! Lá fora tem Bicho-Papão!” Foi tanta essa convicção gravada na mente dos Escravos que em 1888, ao serem expulsos de seus donos, muitos lamentavam pelas estradas: que será de mim? Agora não tenho patrão! Só em 1888? E hoje? Com o Estatuto Escravo chamado CLT, e batendo às portas da Senzala Nacional o desemprego por Automatização e pelas arbitrariedades bolchevistas, a grita é a mesma: “que será de mim? Agora não acho patrão!” Mas, pobres Caranguejos atravessando atravessados... “tomar iniciativas? Não dá! Lá fora tem Bicho-Papão!” Só que as Raposas da Corrupção estão famintas lá fora e dentro também!
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