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Frida kahlo
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BOA FORMA Salma Hayek exibe seus atributos físicos em algumas cenas para amenizar o sofrimento de sua personagem
Em 17 de setembro de 1925, na Cidade do México, um bonde bateu em um ônibus. O acidente seria esquecido se dentro do segundo veículo não estivesse a jovem Magdalena Carmen Frida Kahlo. A colisão moldou a existência da mais valorizada pintora latino-americana. Aos 18 anos, ela teve a coluna partida em três pontos, a perna em outros 11, o pé esmagado e a bacia rompida. Uma barra de ferro atravessou o abdome e saiu pela vagina. Durante 29 anos, suportou dores, injeções, coletes de gesso e cirurgias. O sofrimento foi representado em sua arte com traços mórbidos. Para não se abater, entregou-se aos prazeres, extraindo-os do mesmo corpo deformado, tanto com homens como com mulheres.
O teor trágico e a intensidade carnal da personagem real estão ausentes de Frida, que estréia no dia 4, depois de levar os prêmios de trilha sonora e maquiagem no Oscar. O filme evita causar incômodos e, embora trate de uma mulher que teve o corpo retalhado, explora a boa forma de Salma Hayek. O resultado é uma biografia restrita a melhores momentos expostos de forma didática e suave.
Há cenas de afeto e turbulência com o pintor Diego Rivera, com quem Frida se casou duas vezes, e momentos do caso com o teórico revolucionário russo Trostki, que morou com o casal no período em que fugia da perseguição de Stalin. Para seduzir o mercado internacional, todos falam inglês no filme, o que lhe dá um ar de falsidade. Salma, porém, esforça-se. Ela passou vários anos dedicada ao projeto. Correu para não ser atropelada por outra produção, arquivada até segunda ordem, que seria estrelada por Jennifer Lopez. Na tela, entrega-se com alma. O filme é para ela, mais que sobre Frida. Fica melhor se não for vinculado demais à figura inspiradora.
A pintora queria ser metáfora da transição do México arcaico para o moderno, orgulhosa de suas raízes e sem complexo de inferioridade. Frida foi adolescente metida a intelectual, discutia Hegel com os colegas e decorava versos de poetas russos. Pouco depois do acidente, casou com Rivera, adúltero compulsivo, a quem ela, por sua vez, traía. No segundo casamento deles, exigiu, por contrato, que não houvesse intimidades físicas. A baixinha era osso duro. Não se deslumbrava com os elogios e até desprezou os feitos pelo surrealista Andre Bretton. Manteve cabeça erguida na dor. Teve poliomielite na infância, abortos naturais e uma perna amputada. Não posava de vítima, mas se revoltou contra Deus. Viveu muito e morreu aliviada. O filme a desperdiça. Frida na tela é só Salma.



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