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O EXISTENCIALISMO SEGUNDO JEAN-PAUL SARTRE
(Ana Paula Sprenger)

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A frase fundamental do existencialismo é que “A existência precede a essência”. Na perspectiva do existencialismo, as idéias, ou essências, não são anteriores às coisas, pois não se acham previamente contidas nem na inteligência de Deus nem na inteligência no homem. As idéias, ou essências   são as próprias coisas consideradas de determinado ponto de vista, em sua universalidade e não em sua particularidade. O homem primeiro existe, se descobre, surge no mundo e só depois se define, por isso é considerado um projeto. O homem que não é definível não é nada. Só após descobrir sua essência, poderá ser alguma coisa, mas isso cabe ao próprio homem o fazer. Ele fala de uma natureza humana, o que para ele seria um conceito de homem criado por Deus. Como não acreditava em Deus, diz que não há natureza humana, já que não há um Deus para a conceber. Se Deus não existe, o que precede a essência antes de adquirir qualquer conceito é o homem.
            Se verdadeiramente, a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que ele é. Assim, todo homem é responsável por sua existência, não de uma forma particular, pois seria responsável também por todos os homens devido ao seu conceito universal, já que para se definir e ser livre, o homem primeiramente deve tomar conhecimento de que ao existir, carrega características que fazem com que ele seja um homem e não um objeto ou um animal, assim como todos os homens também as carregam.
            Essa responsabilidade do homem é que gera a angústia, pois cada indivíduo está pronto a escolher tanto a si como a humanidade e não escapa a essa situação. A palavra angústia é usada para o reconhecimento da total liberdade de escolha que confronta o indivíduo a cada momento. Apesar do homem viver sozinho e sem ajuda, ele é livre e responsável pela sua liberdade. Ele é livre para dar sentido a qualquer coisa, mas tem que dar sentido a alguma coisa. O ato de assumir o ser, caracteriza a realidade humana, existir é assumir o ser, portanto a realidade humana é sempre o homem compreendendo a si próprio, fazendo-se humano devido a essa característica. O princípio de Sartre é a não existência de Deus e com isso o homem não tem ao que se apegar, sendo condenado a ser livre e sem desculpas, pois a responsabilidade de existir é somente dada a ele.
            Sartre também discute a morte, o que para ele tira o sentido da vida, ou seja, ela é a “nadificação de nossos projetos e a certeza de que um “nada” total nos espera”. Se temos de morrer a vida não tem sentido, os problemas não são solucionados e não há uma significação dos mesmos. Para os ateus, a ironia é a de que não importa o quanto você faça para melhorar a si ou aos outros, você sempre irá se deteriorar e morrer. Se não há Deus e o homem que escolhe o que vai fazer, ele que tem o poder da responsabilidade de suas escolhas, não há sinais no mundo, o que quer dizer que não há como ele fugir da obrigação de fazer suas escolhas por ele mesmo e de ser um ser individual a partir do descobrimento de sua essência.
            Sartre chega a conclusão de que nada justifica a existência, o tédio dos dias e das noites, caminhos obscuros e desertos, o cotidiano em si. Mas isso não o livra da liberdade e da responsabilidade, que são da essência do homem, uma liberdade sem conteúdo se tornaria amargura, náusea. O homem não é um “em si”, semelhante ás coisas, mas um “para si”, que seria a demonstração de sua liberdade. Ao experimentar essa liberdade, experimenta a angústia da escolha. Muitas pessoas não suportam essa angústia e fogem dela agindo com o que ele chama de “má fé”. A má fé é a atitude característica do homem que finge escolher, sem na verdade o fazer. Mente para si mesmo que é o autor de seus atos. Fazendo com que os outros acreditem que ele realmente escolheu. A má fé se caracteriza pelo fato de o indivíduo dissimular para si mesmo, a fim de evitar fazer uma escolha, da qual possa se responsabilizar, tornando-se um “em si”, perdendo a transcendência e reduzindo-se à facticidade. É o exemplo do homem que utiliza máscaras no seu dia-a-dia mostrando-se como uma pessoa diferente do que é na realidade.
As regras sociais são o resultado da tentativa dos homens de limitar suas próprias escolhas. Quanto mais estruturada a sociedade, mais funcional ela deveria ser. Sartre via em governos autoritários a promessa de uma liberdade individual para exercer a arte, ciência, etc. Quando a utopia fosse alcançada e as pessoas estivessem fazendo o que melhor sabiam fazer, o indivíduo seria beneficiado, assim como a própria sociedade.
            Para Jean Paul Sartre, a escolha é o centro da existência humana, é inevitável e até a recusa da escolha é uma escolha. A liberdade de escolha conduz ao compromisso e a responsabilidade e por isso deve-se aceitar o risco da responsabilidade de seguir seu compromisso aonde quer que ele leve. Conclui-se então que o existencialismo de Sartre considera que a única coisa que define o homem é o seu ato e o que determina as diferenças entre um homem e o outro são as suas escolhas.



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