O ouro de Rockefeller
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Na segunda metade do século XIX, John Rockefeller construiu a maior riqueza que um homem já possuiu. Calcula-se que este magnata do petróleo tinha uma fortuna pessoal de 318 bilhões - sim, bilhões -de dólares. Tio Patinhas era seu mordomo e Bill Gates serviria para encarregado da contabilidade. É uma figura controvertida do mundo de negócios, hábil comerciante que começou do nada, predador de riquezas, o americano pelo qual as esquerdas comparam todos os outros magnatas que vieram depois dele. Ele tinha, no entanto, muitas coisas em comum com milhares de empresários brasileiros. Começou sem dinheiro, descobriu um filão no mercado, explorou-o e sua empresa deu-se bem. Ao lado dele, há outros milhares de brasileiros que fizeram o mesmo trajeto ou pegaram carona na empresa familiar sólida e terminaram por levá-la à falência. Outros milhões de brasileiros são empresários normais de pequenas ou grandes empresas, servidores públicos, profissionais autônomos ou empregados celetistas. Todos eles com algo também em comum: vivem melhor que o homem de 318 bilhões de dólares e não se lembram disso.
Rockefeller viveu entre 1839 e 1937. Ou seja, não possuia nada dos equipamentos de saúde hoje disponíveis pelo SUS ou das descobertas alimentares capazes de prolongar a vida até os 98 anos alcançados por ele. Ele e sua família não dispunham de ar condicionado (1902), geladeira (1913), televisão (1928) ou microondas (1947). Tampouco dispunha de coisas sem as quais hoje o homem comum brasileiro não poderia viver: computador (1946), telefone celular (1973), prosaico videocassete (1970) e o quase ultrapassado tocador de música CD (1979). Para viajar só nos ainda hoje demorados navios (o Zeppelin data de 1909). Finalmente, Karl Benz construiu o primeiro automóvel em 1885. Então, não importa se ganhamos muito, bastante ou pouco, no século XXI vivemos melhor que o homem dos bilhões. Afora isso e, vamos convir, mais importante, vivemos. O que nos leva a outras considerações: por que temos tanta facilidade de comparar nossas vidas com o mundo televisivo e ficarmos insatisfeitos com o que temos e somos, construirmos perigos inexistentes, preocupar-nos com o que pode ser - irá acontecer amanhã? Tem um ditado que vale tanto quanto um livro de auto-ajuda: o que não tem solução solucionado está. O que tem solução eu resolvo.
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