Resumo de Filme - LARANJA MECÂNICA -

Laranja mecânica
ANÁLISE PSICOLÓGICA
Personalidade é a organização dinâmica dos traços no interior do Eu, formados a partir dos genes particulares que herdamos, das existências singulares que suportamos e das percepções individuais que temos do mundo, capazes de tornar cada indivíduo único em sua maneira de ser e de desempenhar o seu papel na sociedade.
Alex era um jovem que aparentava ser não muito obediente a seus pais. Não se importava com seus compromissos escolares, sociais e domésticos. A origem de toda essa sua falta de responsabilidade pode ser vista no próprio lar. Com certeza, Alex deve ter crescido num ambiente que lhe possibilitou tais ações suas quando já adulto. Por negação enquanto criança e acomodação enquanto adolescente e adulto, Alex evidenciou um comportamento meio que largado; um comportamento que mostrava total falta de respeito pelas leis do contrato de sua sociedade.
Podemos alegar isso quando vemos o complexo de superioridade presente em Alex. Como líder de uma gangue, Alex ditava as normas e os preceitos, fazendo com que todos ali realmente vivessem como uma segunda família, ou, pelo menos, como uma estrutura a qual recorrer para fugir da realidade já muito negada por ele e por seus companheiros. Dentro desta gangue, Alex põe-se à prova de todos ao demonstrar autoridade perante os demais. Podemos ver isso até no momento em que um diálogo por ele criado é levado em questão: Alex muito cultua termos subjetivos lingüísticos como “moloko”, “videei”, “certo-certo” etc. fazendo todos os seus amigos seguirem-no.
O filme exibe explicitamente um momento em que a autoridade de Alex beira o declínio. Trata-se de uma passagem que mostrava um assecla de Alex insatisfeito com seu mandante; tal assecla decide dar as regras da gangue, e Alex impõe-se física e intelectualmente, reassumindo o posto de domínio.
Quando Alex comete seu primeiro homicídio, ele é traído por seus companheiros, que já não agüentavam seu jeito de comando e seu egocentrismo. O instinto desmedidamente animalesco e ilógico de Alex faz com que ele mate uma mulher. Tal morte passou a significar que Alex pouco se importava com o alheio, o próximo. Ele sofreria as sanções da sociedade por aquela morte, sim, e mesmo disto sabendo, o impulso que poderia ser controlado o fez chegar neste ponto.
Então o rapaz vai para a prisão e lá sofre a lei inflexivelmente rígida. Agora surgem os pontos mais questionantes do filme:
Alex fica sabendo de um novo tratamento que possibilitaria ressocializar um delinqüente irrecuperável e pô-lo de volta na comunidade. Mas Alex estava disposto a mudar, mesmo? Seu comportamento outrora suspeito não faria qualquer um pensar que Alex apenas queria um jeito de sair da prisão, para continuar sua vida desregrada do lado de fora? Sim, conclusões deste tipo foram inferenciadas.
O fato é que Alex consegue servir de cobaia ao novo experimento. A reversão de Alex é feita a partir de imagens televisivas e sons.
Partindo também de uma premissa sócio-psicológica, ainda encontramos traços do Positivismo de Comte, que dizia que o homem devia achar o seu lugar na sociedade. Foi isso o que Alex fez, mas enveredou pelo caminho errado.
Alex tentou regressar à sociedade, depois do experimento, mas o meio que lhe cercava não permitiu que ele fugisse do que era ou do que sempre estaria exposto. Isto é questão de Determinismo porque o meio influenciou-o na volta à vida torta. Se ele estava em um ambiente que lhe proporcionava uma vida às margens da comunidade, é claro que ele, por já ter pertencido àquilo, voltaria à mesma vida marginal.
Se a mentalidade e a personalidade de Alex estavam voltadas apenas e só para o desregrado, obviamente seria muito difícil que ele não tivesse um comportamento condizente à situação em que se encontrava.
Uma vez torto, Alex sempre seria torto, já que o próprio meio contribuía para isso.

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