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Mudança de Rumo - Parte 5
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Meus gastos tinham aumentado. Estava pagando aluguel, água, luz e gás devido ao frio. Minha esposa, massoterapeuta formada nos finais de meu tempo em Curitiba, não conseguia sustentar clientes naquela cidade pequena. Crise econômica na minha vida. Tinha que forçar minha saída daquela loja e voltar para onde tínhamos onde morar sem pagar aluguel diminuindo nossos custos. Florianópolis. Conversei com o Auditor e expliquei minha situação e afirmei que não pagaria a última diferença de caixa. Pedi para que por gentileza conseguisse me mandar embora. Feito. De volta a Florianópolis após a minha cruz de seis meses, novamente, bem pior do que tinha saído. Já eram cinco anos passados e nada de fazer faculdade. Meu filho iria fazer em Janeiro três anos e minha vida ainda era uma incerteza.
De volta pra casa, quer dizer, pra casa da sogra, estava eu procurando novamente trabalho. Uma oportunidade aparece em uma empresa que trabalhava com limpeza de final de obra e que estava arriscando-se como empresa de eventos. A primeira conversa era satisfatória. Precisava de um tempo para pensar sobre os passos a serem tomados. Acalmar os ânimos. A proposta era sem registro. Criar um setor comercial para a empresa. Ganharia uma ajuda de custo, mais 10% sobre qualquer negócio criado. Neste ramo sabia que 10% era uma oportunidade de ganho fora da realidade, aceitei na hora. Estava motivado a ganhar dinheiro. Iniciei meu trabalho participando de um evento fantástico. Desafio internacional das estrelas. Nenhuma participação importante para a execução do evento, apenas como coordenador de promotores. Uma estrutura sensacional, de primeiro mundo. Execução excelente na operação de servir nos camarotes do evento. Fizemos nosso trabalho muito bem também na promoção. Falhamos na equipe de limpeza. Uma área enorme para atendimento. Valor cobrado abaixo do necessário. Equipe desfalcada. Falta de líderes. Todo momento problemas com limpeza eram notados, diferente de erros operacionais que normalmente passavam despercebidos. Posso dizer que o evento para a empresa que trabalhava foi muito bom na repercussão de atendimento promocional em eventos, mas péssimo na equipe de limpeza. Não que agregasse algum fator para o meu trabalho. Apresentei-me como profissional terceirizado. Recebi por hora. Não estava atuando em minha função, mas soube naquele momento o que teria que vender. O prejuízo foi evidente. Tão evidente que no dia seguinte de trabalho tínhamos um chefe enlouquecido com seus próprios erros e apontando responsabilidades para todos os lados. Mantive-me observando. Nesta empresa o único momento relevante a ser descrito é o momento do evento. Após este dia, foram cinco propostas diferentes de salário em duas semanas, um crachá de Gerente Comercial impresso por bonito, uma atuação individual no “setor comercial” e não pagamento em conformidade com o combinado, ganho de R$270,00 por duas semanas de trabalho. Primeira vez na minha vida que me envolvi emocionalmente e sai da empresa em atrito e desistência. Sem mágoas, mas sem vínculos. O famoso caso do ser Brasileiro. Não desisto nunca. Não estava mais tão confiante na afirmação anterior, mas ainda não havia desistido. Voltei a procurar emprego. Desisti de pagar dívidas, comecei a me preocupar em pagar contas básicas e garantir alimento em casa. Meu sogro, minha sogra, minha esposa e eu desempregados. Todos fazendo os seus bicos.
O aniversário de três anos de meu filho.  Estava chegando a data do aniversário de meu filho e eu prometi para mim mesmo que daria a meu filho, independente de qualquer coisa o aniversário que ele queria. Minha esposa, por sua vez, prometeu pra ela mesma que daria pro nosso filho o aniversário que ela sonhava dar a ele um dia. Pode ter certeza que o que ela sonhava era além do que ele queria, mas ela merecia. Logo, em conclusão, acabei prometendo pra mim mesmo que daria para meu filho o aniversário dos sonhos da mãe dele com tudo que ele queria. Como fazer? Estávamos desempregados. Primeiro passo, arrumar emprego. Como vocês já devem ter percebido, sou craque nisso e consegui um bom emprego como auxiliar de gerente em uma empresa em expansão. Registrado, sem benefícios, salário dentro do mínimo aceitável, mas tinha um grande diferencial, próximo a minha residência. Mergulhei de cabeça. Talvez como nunca tivesse mergulhado em nenhuma outra oportunidade. Na mesma semana, minha esposa conseguiu também um emprego registrado. Abandonou temporariamente seu trabalho como Massoterapeuta para algo garantido. Trabalhava esporadicamente suas massagens, mas agora era auxiliar de escritório em uma empresa de assistência técnica a estabilizadores e no-breaks. Salário compatível com a função. Sinônimo de salário baixo. Continua em Mudança de Rumo Parte 6.



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