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Pedras quebradas des-fragmentam o poeta(Itinerário Fragmentado)
(Cássio Amaral.)

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  Pedras quebradas des -fragmentam  o poeta
 
A boca vem à tona. A Indústria destrói a arte? O mundo gira mais rápido, muita correria, muita modernidade.
Flávio Otávio Ferreira  des-fragmenta dentro deste contexto.
A mão que dá é a mesma que toma.
Na jornada temática a escrita de Flávio é propositalmente feita da crítica contra a exploração, um olhar mais aguçado sobre nossas mazelas. É na arte que acabamos com a dor no pescoço e dormimos melhor. Há trechos como Insônia:
 
“Eu vou levando a vida/Até última gota/até o último gole/dessa cachaça amarga”. A vida esse grande e misterioso milagre para o poeta não é só o porre que redime do mundo nossa grotesca forma de vida,  a poesia que urra no vão deste mundo empedernido no vazio, no nada, de achar que os bens materiais sobrepõe os espirituais. Flávio luta com palavras, tarefa tão vã como disse  o mestre Drummond, é singular sua escrita. Ele natural de João Monvelade escorre magma, ferro, trilhos de um trem vulcanismo incondicional em seu livro porque conhece bem:

“É preciso se conter, conter os espasmos
Que revelam o lado claro, o lado lúdico
Das coisas obscuras;
É preciso reviver os enigmas,
Dar vida aos segredos.
Tirar da palavra  o que há de mais reles,
O que há de pecado original.
Causando nos espíritos o gozo
Que vai além dos sentidos...
E não viver é crime contra a própria vida!
Ter medo dos prazeres, ou ainda, ignorá-los é crime maior que
Qualquer pecado.
[que se diga original...)
 
E nesse quebra palavras que o poeta se refaz, congela a loucura e:
 
“as palavras que apresento
dormiam no dicionário,
não apresento-as como armas
(apenas completamente de minha loucura)
 
As páginas trazem poemas maduros, visão de quem vê o mundo de forma profunda, procura a natureza, no sentido de purificação:
 
“Antes que a morte me venha como solução preciso
Direi meus amores aos amores que nunca tive
Sairei nu sob a chuva da maneira
que sempre queria
Esta será minha despedida...”
 
É nesse vai e vem, natureza, indústria, não aceitação da exploração que o  poeta caminha:
 
“Senhor Deus dos Desgraçados,
Tende piedade do operário do chão de fábrica que se mata
Diante da fornalha em troca de um mísero salário...”
 
É esse salário que não paga a poesia, não paga o poeta, o industriário, o médico, e principalmente o professor.
É esse salário que nunca entenderia a vida de um poeta como Flávio que se aniquila, se desfaz, para dar a essência da vida com mais sol no cinza.
O seu livro Itinerário Fragmentado   traz amadurecimento  formal, onde Dionísio  se manifesta nos versos. Onde poemas e poemeto esporra sentido.
É necessário a quebra, o quebrar-se:
 
“ A impotência das mãos
não transgride lei alguma
Outrora fora solidário e quisera transformar o mundo
Os anos foram,
Os tempos de luta caducam num passado recente...”
 
“... Lia os “Últimos Poemas”  de Neruda
O quarto ao lado sussurava revoluções
 
Deixei minha flâmula atrás da porta;
lavei as mãos sujas de sangue
recolhendo-me à rotina
 
Hoje a poeira e fumaça indústria
tomaram conta dos meus ideais;
não conheço os homens,
me desconstruo
Minha criatividade se perde
entre as estruturas metálicas
que se erguem no dia-a-dia...”
 
Itinerário Fragmentado é uma porrada na Indústria, na mídia, nesses tempos de artistas autistas criados pela vendagem, o poeta se coloca no mundo como humano homem humanístico e se contrapõe contra toda prisão possível, toda escravidão e domínio:
 
“ Jardins metálicos
estruturas industriais
que se espalham
na verde mata
Homens que somam,
que se somam
na escuridão da noite
no clarão da aurora
Corpos que vão,
Corpos que vêm
Passos trôpegos
Passos cansados,
passos apressados.
Homens que são homens
caminhando nas matas
entre máquinas
e flores natimortas.
Os olhares se cruzam,
se reconhecem,
num mesmo mundo,
numa mesma vida
vivida a só,
somente um
entre todos
e, nada além de um.
 
Os jardins florescem na primavera
e já é  outono nesses nossos tempos
As cinza dos dias nos vêm ás mãos.
 
É esse homem, o Homem Industrial
que mergulha no poeta que sabe que vida
é sentimento e valor, além de todas os ganhos materiais.

Ferreira, Flávio Otávio
Itinerário Fragmentado/Flávio Otávio Ferreira – Rio de Janeiro. Litteris Ed.: Quártica Premium, 2009. 96 p.
ISBN 978-85-62685-18-7
1-Poesia- Brasileira I. Título.
CDD – 869.91
CDU- 821.134.3(81) – 1
 
Flávio Otávio Ferreira tem textos e publicados em vários sites e blogues.
 
Seu blog:  http://flaviooffer.blogspot.com

Cássio Amaral.
Blog:  http://cassioamaral.blogspot.com

 



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