Leitura, Escrita E Dislexia : Uma Análise Cognitiva
(Ellis, Andrew W)
- Compreensão de textos Memória para o essencial É sabido que, ao recordarmos de algo como uma passagem de texto ou mesmo um livro inteiro, não o recordaremos literalmente, exatamente como foi escrito, mas sim a ?essência? que continha. Para entender o processo de compreensão de textos, é necessária a clarificação do que é a ?essência? lembrada de um texto. Esta essência está nas propostas que o texto contém. Kintsch e Van Dijk desenvolveram uma importante teoria da compreensão, na qual as propostas exercem um papel crucial. Esta teoria envolve, antes de tudo, a extração das propostas de uma sentença ou passagem de texto; são então combinadas para formarem uma representação estruturada e coerente que capture o modo como as propostas relacionam-se umas às outras. Uma vez que uma representação estruturada tenha sido criada, ela é ligada ao conhecimento existente na memória de longo prazo, desta forma expandindo-se e somando-se a este conhecimento. - Esquemas Os psicólogos usam a palavra ?esquema? para descreverem o conhecimento organizado e integrado de uma pessoa sobre um determinado tópico (por exemplo, o conhecimento do que ocorre em um restaurante ou no dentista, que foi acumulado como um resultado da experiência agradável ou dolorosa). Demonstrações de que a compreensão e a recordação são influenciadas pelo conhecimento ativado no momento, são tomadas como evidências para a relevância do conceito de esquema para o entendimento da compreensão na leitura. - Inferência e elaboração A leitura é um processo ativo, no qual o leitor traz toda a vida de experiências para o texto e utiliza essa experiência para interpretar e elaborar sobre seus conteúdos. Os escritores confiam que os leitores farão inferências que lhes permitirão evitar ter de contar tudo em detalhes entediantes. Como informações trazidas a um texto nos esquemas, as inferências extraídas quando da leitura de um texto tornam-se incorporadas na memória. Em um momento posterior pode ser impossível distinguir inferências de coisas realmente existentes no texto. - Auxilio à compreensão pela ativação dos esquemas Os esquemas trazem o conhecimento ao texto que pode ajudar o leitor a compreende-lo de outra forma. Bransford e Johnson mostraram que, afim de ser beneficio, o indicador que ajuda os leitores a trazerem a base de conhecimentos relevantes ao texto deve ser oferecido antes da leitura. O oferecimento do auxilio, após um texto difícil ter sido lido é inútil. Ausubel usou o termo ?organizadores prévios? para referir-se a algo que ? realiza uma ponte ligando a lacuna entre o que o leitor já sabe e o que precisa saber, antes de poder aprender significativamente a tarefa em mãos?. - Leitura e Audição A ?capacidade de compreensão da leitura é indiferenciável da capacidade de compreensão auditiva.? A linguagem do texto escrito frequentemente difere da linguagem da fala de conversação em seu estilo e complexidade, mas as teorias de compreensão da linguagem presumem que as habilidades de compreensão adquiridas como um resultado da leitura estarão disponíveis por diante, para a audição e vice-versa. - Alfabetização, Texto e Memória Recordação verbatim de materiais extensos Existem momentos em que as pessoas realmente aprendem porções consideráveis de texto ?de cor?. De nada valeria, por exemplo, um ator recitar a essência do monólogo de Hamlet : a audiência deseja as palavras como Shakespeare escreveu-as, não a paráfrases de um ator. - Aprendizado verbatim de textos Intons-Peterson e Smyth, especialistas em memorização provaram ser mais eficientes em dividir as passagens em segmentos apropriados para o ensaio e memorização. Eles também usavam as palavras inicias de cada segmento como sinalizadores para recordarem o restante. A recordação era excelente 2 dias após a aprendizagem para todos exceto um dos sujeitos, cuja fraca memorização decorada foi atribuída a uma estratégia de focalizar sobre o significado da passagem e tentar recordar sua essência. O material que está sendo aprendido verbatim precisa ser ensaiado repetidas vezes. Se a tarefa é aprender o conteúdo factual de algo, então a melhor forma de ensaio é a de ?elaboração?, na qual o sujeito estuda o material, reflete sobre ele e o incorpora ao conhecimento esquemático pré-existente.
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