Dois JOVENS E O AÇOUGUEIRO - fábulas
(ESOPO)
Dois jovens malandros foram ao Açougue com intuitos pouco comerciais. Enquanto o Açougueiro foi à câmara fria para pegar algo que queriam ver, um escolheu um bom volume de miúdos e os escondeu sob o manto do outro. Assim que o Açougueiro percebeu a falta dos miúdos que sempre ficam bem à vista, sem outros fregueses na loja, voltou-se a eles reclamando: "Onde estão os miúdos que estavam nessa bandeja?" Fazendo uso do direito de defender-se jurando pelos deuses do Olimpo, o primeiro jovem jurou: "Juro que não estou com nada roubado!" O segundo, imediatamente fez o seu juramento: "Juro que eu nada roubei de seu Açougue!" Percebendo que ambos estavam com seu juramento acobertando cada um o ato do outro o Açougueiro já deu a moral da fábula: "A mim vocês podem envolver em trapaça. Mas, lembrem que dos deuses vocês jamais conseguirão escapar!" REVISÃO - Se fosse hoje, aqui no Brasil, como ficaria? É claro que não se trata de esconder bilhões ou milhões de dólares na negociata de vender a Pátria aos Banqueiros, vender as leis no Congresso, vender a Justiça nos tribunais, levados na conta fraudada, na mala, na cueca, na meia, pois todas essas estão isentas de punição, pelo menos até as da cueca... Já na meia entra "meia" (hahahaha...) punição. Mas, miúdos para matar a fome?! Isso seria caso de mas'morra'... "morra"... "morra" com tropa de elite e tudo! Jurar aos deuses? Nem sonhe, que não gruda! Picham o Corcovado, mandam tirar os símbolos religiosos, não se pode rezar em público... Seria agravante do crime! Bem! Vamos fechando, antes que me julguem parte da quadrilha dos jovens no açougue, só por contar a fábula... Pois além da pena do crime haveria as penas da formação de quadrilha e a de divulgar algo contra os interesses do Partido no Poder ou o crime de insinuar que há deuses para punir as injustiças...
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