Medidas nada DISTINTAS
(Jornal O Globo)
MEDIDAS nada DISTINTAS
Fernando Botero, pintor colombiano, valorizava as formas roliças, a pele luzidia, rosada das suas musas, sugerindo uma saúde sensual, ainda que estática nos movimentos. Mas, é claro, que a intenção principal era a da critica social. Nos dias atuais, a representação possivelmente serviria de alerta para o problema da obesidade.
A reportagem Medidas Distintas (Caderno Ciências, O GLOBO/20.04.10) revela um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia Los Angeles onde o gene da obesidade, presente nos americanos (1/3 da população) é apresentado como o vilão que reduz o tamanho cérebro.
FTO é o gene responsável por provocar vulnerabilidade no cérebro causando doenças mentais, e, também, presente na metade da população européia, interferindo no metabolismo e na maneira como seus portadores acumulam a gordura, além de causar o Mal de Alzheimer.
O gene é capaz de aumentar o tamanho da cintura, mas, também, aparentar envelhecimento do cérebro em 16 anos, é o que afirma o professor de neurologia Paul Thompson da Universidade da Califórnia de Los Angeles.
A orientação dada para que sejam evitados tais riscos no cérebro é que se tenha por hábito dieta com baixo teor de gordura somado à prática de exercícios, sendo aprovada pelo professor Thompson como medida capaz de salvar o cérebro de derrames e do mal de Alzheimer.
Tais descobertas poderão levar ao desenvolvimento de medicamentos e formas de tratamento das doenças que afetam o cérebro, apesar de ainda não haver curar para o mal de Alzheimer.
Os tratamentos têm como objetivo principal diminuir os sintomas, mas sem conseguir impedir o avanço da doença.
Mas, enquanto a cura não vem, que as musas de Botero sejam admiradas. Ao menos elas jamais sofrerão desse mal.
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