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O Pós Guerra Fria e o início da Asianização da Ásia
(Taiana Nichele Jaques)

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Com o fim da Guerra Fria, há um processo de aceleração da globalização, e a situação de vida na Ásia sofre grandes modificações. O Japão e a China já não são mais os aliados prioritários dos EUA, fazendo com que alguns países asiáticos buscassem sua autonomia e o redirecionamento de sues fluxos comerciais, além do desenvolvimento de sua região. Apesar das tensões mundiais, a China consegue manter e até aumentar seu ritmo de crescimento, adotando o socialismo burocrático de Estado como seu modelo de desenvolvimento, o que faz com que modernize seu poderio militar e amplie sua autonomia político-diplomática, invertendo o papel que havia desempenhado até ali, como mero coadjuvante, enquanto o Japão encontrava-se em uma fase de estagnação. Em 1997, a crise financeira atinge muitos países da região, mas não abala seriamente a China. O desenvolvimento desta região é importante no sentido da fuga da visão eurocêntrica, e na quebra do ideário de que o desenvolvimento só se dá a partir da Europa e do Ocidente. É preciso, neste caso, fazer o caminho inverso, ou seja, da Ásia para a Europa. Esta aceleração do processo de globalização, interfere na reorganização mundial. Faz com que muitos países latino-americanos voltem-se à região asiática, e faz com que a própria Austrália passa a “asiatizar-se”, deixando um pouco de lado os padrões britânicos pré-estabelecidos. A economia japonesa expande-se para os novos Estados insulares do Pacífico. É necessária a desmistificação da supremacia tecnológica japonesa, que se destaca devido a sua eficácia dos mecanismos de utilização da força de trabalho e gerenciamento dos fluxos de produção, que não exigem uma tecnologia de última geração. Nesta região, é forte a tendência desestabilizadora, gerada pelo crescimento acelerado e pela introdução de mecanismos de mercado em uma sociedade marcada pelo socialismo na esfera sociopolítica. Neste contexto, a Ásia-Pacífico é dependente da economia mundial, pois não constitui um processo de integração institucionalizado, mas sim um conjunto de economias articuladas através de um sistema de divisão de trabalho, apoiada em vínculos internacionais de mercado, um sistema que funciona como um regionalismo aberto. Em 1989 é fundando o Conselho Econômico da Ásia e do Pacífico, como forma de articulação.
Em um período em que os Estados Unidos tentam reafirmar sua predominância a custos mais baixos, a autonomia que a China consegue conquistar é algo que preocupa. Com o final da Guerra Fria, os Estados Unidos se desengajam desta região, causando problemas na segurança regional, afetando principalmente os Estados de Asean, que conhecem as pressões externas de cunho político, atreladas essencialmente ao sistema político. Sensibilizada pela introdução da China na economia mundial, a Asean age com rapidez, estreitando a ajuda político econômica entre seus membros, como meio de aceleração do desenvolvimento econômico e como garantia de segurança militar na região. Neste período, os Estados Unidos e outros países sofrem acusações da violação dos direitos humanos contra a China, ao mesmo tempo em que os Estados do Sudeste asiático são acusados de desrespeito aos direitos trabalhistas, fazendo com que a Malásia com a cooperação de outros países da região, rearticule o Movimento dos Países Não-Alinhados e a cooperação Sul-Sul, munindo-os de novos conteúdos. Na verdade, a Ocidente procura o conhecimento dos elementos constitutivos do “modelo asiático”, que caracteriza os países como capitalistas ou socialistas, mesmo que tenham inúmeras semelhanças. Então, a idéia de mercado capitalista pode ser encarada associada à idéia de Estado Forte, controlador, intervencionista, planejador, que se baseia em regimes autoritários, personalistas e fundados em partidos únicos. Neste modelo, de acordo com acadêmicos singapurianos, a legitimidade dos chefes políticos se dá através da eficácia governamental, além disso, é feito um contrato social entre o governo e o povo, onde a lei e a ordem são oferecidas em troca do respeito às autoridades estatais. É desenvolvida a autoconfiança nos trabalhadores sem altos benefícios, a imprensa pode ser livre, desde que seja responsável, o individualismo excessivo ocidental deve ser ignorado totalmente, em favor dos direitos da comunidade. Os direitos humanos são universais, independente das condições econômicas, sociais, culturais, civis e políticas, de forma intransferível, indivisível, ao contrario do que aconteceria no Ocidente. O que ocorre é que no plano internacional, estes países insistem em noções de soberania, entretanto, encaram como algo positivo a intervenção norte-americana na segurança regional na permanência da paz e estabilidade, necessárias para os processos de desenvolvimento econômico. Neste panorama, questões como mercado e democracia representam a oposição Norte-Sul, onde países periféricos emergem ao desenvolvimento, enquanto países ricos, do antigo Primeiro Mundo parecem envelhecer. Isto ao fim da Guerra Fria soa com um tom de afronta, como algo injustificável e insuportável, quase uma justificativa para o racismo, nas teorias de Samuel Huntington.



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